quarta-feira, 27 de abril de 2011

OLHA O BRUCUTU....BRU...CU...TU!

A Gazeta do Povo noticiou hoje a polêmica gerada por um ....um...uma coisa que sabe-se lá como elegeu-se Senador pelo Estado do Paraná. Ao responder às tradicionais indagações promovidas pela imprensa, no cotidiano da vida política do Brasil, o fluxo de perguntas corria no sentido dos riscos de aumento de inflação, e, por corolário, questões afetas ao câmbio, às importações, ao consumo, que sempre estão na pauta do dia, e, como não poderia deixar de ser, posto que se trata de matéria estritamente vinculada ao controle inflacionário, aos gastos públicos.
Demos nomes aos bois, digo, aos muares que são direta ou indiretamente responsáveis não só pelas políticas públicas de controle da inflação, mas por prestar contas à sociedade acerca de seus posicionamentos políticos, econômicos, sociais, etc.: Roberto Requião, ao responder a uma pergunta sobre o aumento dos gastos públicos, posicionava-se no sentido de reputar "mais uma besteira" ventilada pelos seres comuns, quando foi indagado pelo repórter da Rádio Bandeirantes, Vitor Boyadjian, que chegou a elegantemente prenunciar que não poderia fugir do assunto, dada a sua vinculação com o tema "gastos públicos", qual era o seu posicionamento acerca da pensão vitalícia que os ex-governadores recebem, e que, no Paraná, está sendo judicialmente debatida.
justificou o seu recebimento pelo fato de estar pagando multas impostas "injustamente" pelo Poder Judiciário, qual seja, "acho justo que eu receba para poder pagar as multas que me foram impostas pelos erros que pratiquei no exercício de minha função".
O repórter tentou retomar o tema sob o ângulo da coerência da pensão (para ex-governadores) quando teve o seu gravador tomado pelo "Senador", que soltou algumas piadinhas, retirou a memória de gravação e saiu.
Sob o ângulo psicológico, comecei a imaginar como uma desequilibrada poderia governar um Estado da federação por duas vezes e, novamente, vir a ocupar um cargo que exige conhecimento, diplomacia, polidez, flexibilidade e que reflete o cérebro da nação brasileira. Eu encarnei a problemática e, como se diz por aí, assustei-me com a solucionática. Cá entre nós: é assustador que um ser desprovido de sensibilidade possa influenciar na criação de leis que nos obrigarão por longos tempos. Um ser, coisa, bicho ou algo que o valha que decidirá ou contribuirá para decidir o futuro do país. Truculento, estacionário , no sentido de parado no tempo no que tange ao processo do que há de evolucionário no ser humano. Portanto, um caso menos de polícia do que pertinente à antropologia.
Quando a Genetriz se propõe a debater a figura do Estado, está a exercitar o mesmo senso de liberdade que foi literalmente roubado do repórter da Rádio Bandeirantes.
A sociedade precisa aprender - desde o ensino fundamental - quais são as limitações do poder público e dos agentes públicos que ocupam cargos no sistema administrativo brasileiro.
Vou sintetizar o que preconiza o direito administrativo brasileiro sobre o tema, em algumas simples palavras, desprovidas do exarcebado e tradicional prolixismo jurídico.
No Estado democrático de direito, uma Constituição elaborada por representantes do povo estabelece a estrutura de seu funcionamento. No Estado de legalidade, a LEI cria os cargos e a LEI estabelece competências e funções. Somente depois, frize-se, SOMENTE DEPOIS, é que algum homem ou mulher ocupará o cargo (criado por lei) para trabalhar nos limites de suas funções (estabelecidas pela lei). O homem que toma posse de um cargo, não se confunde com o mesmo, nem com o rol de funções que exerce. Ele é obrigado a cumprir o que está PREVIAMENTE estabelecido pela Constituição e pela lei.
Nesse caso, a Constituição cria o órgão (Senado Federal), e o cargo (Senador), vindo a mesma e as leis inferiores a estipular-lhe a função. Quando um Senador, cargo de cúpula do sistema democrático, rouba um gravador de um repórter, ocorrem duas hipóteses de interpretação: 1. O Estado é despótico; 2. O Senador rompeu com o pacto federativo e se confundiu com o poder que ele representa (pois o poder pertence ao corpo social e não a coisa que ocupa o cargo público).
O Brasil precisa amadurecer essa percepção, até que se torne óbvio que a pessoa que ocupa um cargo de tamanha importância não pode permanecer nele se se desvia dos princípios que subsidiam a sua existência ou das regras democraticamente (ainda que não perfeitas) estabelecidas para o exercício de seu mister funcional.
O Brasil enquadra-se na segunda hipótese, o que deveria determinar a imediata apuração pelo Conselho de Ética do Senado e a expulsão do citado muar, digo, Senador, dos quadros institucionais do Senado.Ele não tem a menor idéia de como se comportar nos limites impostos pela Constituição Federal e ética é tudo o que não se evidencia a partir do comportamento demonstrado durante uma simples entrevista.
Não cabe aqui reclamar da imprensa, como se fosse um "maldoso quarto poder" que devesse ser controlado para que as pessoas não saibam o que devam saber, somente porque não se quer informar (em que pese se tratar de cargo público, portanto, sujeito mesmo à prestação de contas).
A reação do "Senador" foi a de um moleque grandão que quer impor a sua vontade, ameaçando de bater nos coleguinhas de rua se eles contarem que ainda faz xixi nas calças. A reação, quando é desproporcional à ação (que nesse caso foi legítima: indagar sobre gastos públicos), costuma ocultar a intenção.
Quando ouvi a entrevista, eu senti na voz dessa coisa que ocupa o Senado, tão logo respondeu sobre os gastos públicos, que intuiu a próxima pergunta da imprensa, isso porque a sua voz variou de frequência de tal sorte, que pude, como réles ouvinte da notícia (a reprodução sonora foi disponibilizada pelo jornal eletrônico), sentir que se arrependeu de responder sobre um tema que, indubitavelmente, daria margem à indagação acerca da superpensão dos ex-governadores. O repórter, mais tarimbado nesse tipo de percepção, deve ter sentido a mesma coisa e não se fez de rogado.
Para terminar, cabe um agravo para repudiar a cena que se seguiu, com a devolução do equipamento do repórter por alguém da equipe do "Senador" (o seu filhote?), agindo como se fosse um xerife do oeste norte-americano, olhar ameaçador e, pasmem, achando-se tão certo que mirava os crachás dos repórteres como quem perscruta os seus nomes para repreendê-los de alguma forma, algo do tipo "cuidado hein meu, que eu vou acabar com a sua carreira" ou o velho "você sabe com quem está falando, meu?!".
Políticos que se elegeram criticando a chamada "ditadura militar", agem de forma muito menos adequada do que os militares do regime anterior, e, em ambos os sistemas, o que há de velho é que o Brasil ainda não faz idéia do que é conviver num regime de civilização estruturada por sistemas legais estabelecidos pela própria sociedade, por meio de seu sistema de representação. O cargo e a função são impessoais. Ocupou-o, obriga-se, nos termos da lei, a seguir-lhe os princípios e os ditames legais.
O episódio me fez recordar do General Newton Cruz há muito tempo atrás. A diferença é que naquele episódio (os mais velhos devem se lembrar), o General quis tomar a câmara do repórter porque ele se recusou a gravar a sua reposta, enquanto o brucutu, digo, o Senador, fez exatamente o contrário, tomou o equipamento do repórter porque não quis que fosse gravado o que não queria responder (se é que isso é possível).
Vou me solidarizar com o Senador Brucutu e dar início a propaganda política direcionando sua aptidão para um cargo mais pertinente a sua natureza:
REQUIÃO PARA OS QUADROS DA....DA....DO....REQUIÃO PARA ....REQUIÃO: PÁRA!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O tico é o Batman. O teco é o Robin. A mulher gato representa a voz da inteligência brasileira. Apelido: ABIN

É inacreditável o que se pode encontrar fuçando os eletrônicos jornais de hoje. Eis que estava dando uma passeada pelas notícias do dia (15/04/2011), quando notei uma matéria que aludia à gramática e à ABIN, agência brasileira de ....agora não sei mais! A notícia comentava um vídeo divulgado no youtube em que, por meio de uma peça de teatro, a agência estava tentando ensinar a língua pátria aos seus funcionários e agentes, que permaneceram secretos no vídeo sob comento (depois entendi o porquê).

Imaginem o quadro: Batman, Robin e a Mulher Gato estabecendo um diálogo onde os heróis, enquanto tentavam capturar a temida vilã, escorregam na gramática e eram por ela corrigidos. Os protagonistas da estória se assemelhavam a alguns personagens da história que governaram alguns países existentes por aí. A única diferença é que no mundo do teatro, todos as personagens podem expressar o que realmente pensam e a dupla de heróis esquizofrênicos parecia, naquele contexto, não apenas os heróis que assassinavam o português, mas idiotas comportamentais que não tinham a menor condição de compreender os ensinamentos da representante do mal, que de mal externava apenas o gosto. A mulher gato, foragida da lei no enredo apresentado, parecia, perto da dupla dinâmica, uma eleita da Acadêmia Brasileira de Letras e a dupla débil, uma dupla débil. Ora, no teatro, se uma dupla débil não representa outra coisa senão (palavra cujo uso é explicado na peça) uma dupla débil, o que se não dirá de todos aqueles que foram obrigados a assistir ao filme? O que se dirá, ainda, daqueles que tiveram a idéia de obrigá-los a assistir.

O endereço eletrônico para o acesso ao vídeo ficará abaixo apontado para que todos possam dimensionar aquilo que se pretende entendido. Ao acessá-lo, tenha em mente que: 1. Foi produzido pela Agência Brasileira de Inteligência, órgão responsável, dentre outros, por acessorar o Presidente da República na tomada de decisões importantes e estratégicas para o desenvolvimento nacional; 2. Teve o fito de ensinar a utilização e a compreensão do vernáculo a um público que deveria, em tese, dominá-lo, na medida em que boa parte do labor dessa turma e fuçar documentos, veículos de informação, etc., buscando peneirá-los em suas aparentes contradições para assessorar à Presidência da República; 3. Público esse que ingressou nos quadros do órgão por meio de concurso público (o que deveria ser investigado seriamente pelos agentes de fiscalização e controle das ações de Estado), portanto, deveriam estar em condições de aplicar o seu conhecimento no dia à dia de sua profissão (análise de informações). Assistam ao vídeo tendo em conta que tem em seu objeto um órgão de inteligência e não um órgão de débeis mentais. Tentem imaginar dezenas ou centenas de servidores públicos assistindo aquela peça por ordem de um superior hierárquico e lembrem, a segurança institucional do Brasil depende deles. Opa, um sorvete na testa para alegrar a perspectiva que temos de um dia nos tornarmos uma nação vocacionada à liderança.

Rui Barbosa no início do século passado já alertava aos jovens sob os perigos de elevar agentes incultos e investí-los de poder, e, o que é pior, expor essa trupe ao estrangeiro e apresentá-la como a nata do que há de melhor no país. Por isso ele morreu (tese acatável);

O DÃ e o HÃ andavam no jardim do Édem, quando apareceu a serpente e disse: Batman! Uma música de fundo surgiu açoitando os ouvidos inocentes de ambos: era a música do Batman a que o Robin aderiu. A mulher gato, imediatamente proferiu o célebre e mágico comando: Fiat Putz. E todos conheceram o Putz, que se espalhou no cérebro de todos os brasileiros, até que, num arroubo de luz, nasceu a ABIN. (escutem a música de fundo....tanananananatananananananana). Adoro pagar impostos!!!! Divirta-se: http://youtu.be/M6JVZJ4xg_s