segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A blogueira que não fuma charutos cubanos.(ou: onde há fumaça, há fogo)

     É impossível ter acompanhado os últimos fatos envolvendo a blogueira cubana e sua passagem pelo Brasil, sem haver se comovido com o barbarismo promovido pelos animais paleolíticos que circulam em nossa era, grunhindo palavras de ordem sem sentido, organizados em forma de partidos de esquerda. Foices e martelos ceifaram o direito à liberdade de expressão, desejando que a verdade de Cuba se escondesse como um prego, no seio de uma cara de pau qualquer. Bateram, fortemente, contra uma hipótese: a de que vivemos no século XXI, tempo em que a liberdade de expressão convive harmonicamente com a estrutura das sociedades modernas e livres e a circulação da informação é considerada o sistema venal das democracias. Não dissemos "sociedades perfeitas", mas livre o suficiente para respirar a chance de  aprimoramento. 
     Os animaizinhos balbuciavam sua histeria contra uma mulher baixinha e magrinha, argumentando possibilidades desimportantes, tais como "ela é da CIA", "ela recebe dinheiro dos capitalistas para trabalhar" (hã?), chegando a fazer circular pela internet indagações que ela jamais conseguiria explicar, porque nunca conseguiria mesmo responder as perguntas que são feitas por quem jamais desejou qualquer resposta. A avalanche de pequenas e desimportantes manifestações ocorridas como desprendimento da presença da baixinha blogueira, apresentou um quadro que merece alguma reflexão. 
     Imaginemos que a  hipótese levantada com ares de denúncia conspiratória fosse verdadeira e comprovada, qual seja,  de que Yoany Sanchés representasse os interesses ianques, sendo uma agente da CIA que recebe dinheiro de verbas secretas que lhe são repassadas por meio de empresários europeus, via empresas fantasmas geradas para fomentar a divisão do terceiro mundo socialista, soviético ou não. Não seria mais inteligente deixá-la falar?
     Por onde essa moça passou, foi literalmente cercada. Estaria trazendo uma bomba osamibabilônica? De fabricação anglo-saxônica? Certamente que não, salvo se reputarmos bombásticas,  as verdades trazidas a tiracolo pela mesma, e, como recurso linguístico, acatarmos como explosivas as notícias que traz de seu país.
         Ela veio apenas detalhar o óbvio. Se isso é verdade, não houve uma desproporção entre a sua simples presença no país e o estardalhado que ganhou ares de notícia importante, ocupando toda a mídia nacional e internacional? O que é que não queriam que ela dissesse?              Porque tumultuaram sua chegada,suas  palestras, suas entrevistas, lançamento de vídeo e livros, seguindo os seus passos como nem a KGB faria de forma organizada e providencial.
      Dizer que a juventude socialista e a velharia que ainda ganha dinheiro vendendo camisa do CHE, o  Guevara, desejavam defender os seus pontos de vista ideológicos me parece improvável. Nossos jovens, mesmo os socialistas, não são tão burros assim. Nossos velhos não gastariam sua grana para coisa tão inútil.
        O que temeram os tiranossauros da esquerda brasileira? A desproporcionalidade entre a passagem de Yoany pelo país e o alvoroço criado diante de sua presença merecem reflexão.
    Iria ela de repente entregar quem recebe dólares castristas para poder compor o parlamento brasileiro? O fluxo econômico que alimenta a esquerda e seus partidos, ou as falsas direitas que simulam oposição, estaria ameaçado com a divulgação de algum segredo que Yoany pudesse trazer na sua bagagem? A possibilidade não é de toda inverossímel, já que boa parte dos políticos de esquerda, sobretudo os que atuam no altiplano da cúpula governamental, frequentaram os cursos de guerrilha urbana financiada por Castro. Não apenas políticos, mas escritores, compositores, músicos, e outros profissionais cujo segmento contribuiu muito para chamada mentalidade socialista brasileira, a mesma que introjetou no Brasil a confusão entre caridade e revolução, entre filantropia e controle político e ideológico...essa semana uma Medida Provisória ampliou o programa do bolsa família e noticiou-se a possibilidade do Brasil adquirir da Rússia baterias antiaéreas....e isso nem foi reputado tão bombástico assim! Mas a baixinha blogueira.....coitada! micro agente norte-americana que ousa receber para trabalhar....se lançarem figurinhas da revolução cubana, a premiada será a figurinha carimbada da política brasileira...seus fluxos e refluxos financeiros, quase-financeiros e outros, ocultos ou não. 
   Os párias ininteligíveis e ininteligentes, tiranossauros rex alimentados pela corrente detestavelmente burra da esquerda brasileira, e sua ideologia imbecil, mantidas com as verbas desviadas do orçamento público nacional cotidianamente (e, ao que parece, de forma mensal), continuarão a grunhir toda as vezes que gotículas de coragem ousarem detalhar o óbvio. A tentativa de bloqueio à voz de Yoany é mais detestável do que o bloqueio à Cuba, pois grunhem. com bem lembrou a baixinha blogueira, num país livre onde se pode, inclusive, grunhir.
      Tiranossauros Rex possuem uma enorme boca, um cérebro desproporcional ao seu corpo e, felizmente, braços curtos. Ao menos menores do que o Brasil. 
   Sinceras desculpas Yoany. O país pede perdão por permitir, democraticamente, que mesmo as manifestações mais esdrúxulas possam se desenvolver em nome da liberdade, esse espírito invisível que permeia a alma de todas as pessoas de todos os países do mundo livre.
     Não pensemos que nossa cela é outra da denunciada pela cubana. Mal começamos a galgar o caminho do exercício da liberdade. Quando você for a um posto de saúde (que Deus lhe proteja), ficar quatro horas esperando para ver um ente querido morrer por meio do sistema único (hoje em dia estão dizendo que a moda é desligar equipamentos né?), experimenta reclamar e ver o que acontece. A mesma coisa que acontece em Cuba. É melhor não falar nada né?
(silêncio reverente)