quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tenha bom siso!!!!



Ontem minha esposa indagou-me se censo se escrevia com "s" ou com "c". Meu bom senso me fez estabelecer uma linha direta com minha parca memória gramatical, e, por inevitável, imaginando que pudesse ter lido meu artigo, postado sob o título de "Tenha bom senso", respondi que se escrevia com "c" (claro, após haver me certificado de que a pergunta estava relacionada com as estatísticas oficiais do governo). Hoje, meu próprio senso de ridículo me determinou que revisasse o texto escrito sobre ter bom senso. Ao abrir minha caixa de correios eletrônicos, deparei-me com alguns comentários efetuados por eventuais leitores, encontrando, dentre eles, um que muito elegantemente me informava que censo se escreve com "c". Decidi revisitar o blog e relendo o texto, apartartei-me momentaneamente do contexto, para efetuar um censo interno, visando aferir o meu bom senso.

A par do título, cujo senso estabeleceu-se com "s", notei, no meu censo, que a expressão senso foi utilizado para explicitar que a "moça do senso" (entre aspas) estava a subir para realizar...(três pontos) o senso (sem aspas). Aspas às vezes encarceram a semântica, pensei.
Egoicamente, precisei justificar o erro para transformá-lo em acerto e me pus a revisar o texto (coisa que qualquer pessoa decente faz quando publica algo). Metáfora, pensei. Claro: "não vê que o recurso linguístico da metáfora foi usado como forma de associar a falta de bom senso com o censo desprovido de senso?" (desconsidere essas aspas)
A desculpa estava quase colando ao ego do meu senso (bom?), quando me deparei com a expressão "ressenceadora", alusiva à moça que subia para realizar o censo (escrito no texto com "s" de sinedoque), como se um mal censo, na ventura do porvir, pudesse equivaler a total falta de senso impresso pela incoerência que se pretendia demonstrar. Você errou! Pensei contraditado.
Mas o senso que revela a nova cara do Brasil estava entre aspas, dizia o advogado de meu ego contra a promotoria desvairada que me imputava o delito de erro qualificado pelo resultado, enquanto eu mesmo aumentava a pena que me impunha, tamanha a culpa que senti.
Demiti o meu advogado e confessei o crime: errei porra! A figura de linguagem era minha única testemunha, reclassificada, então, para a condição de "testemunha indefesa", posto que mostrou indefensável a tese de que de defesa se tratava a testemunha.
Indignado com a brutalidade do erro gramatical cometido, mas no uso de meu bom senso, confesso publicamente que a palavra CENSO se escreve com a letra "c" e que o texto diz respeito ao ato de angariar informações organizadas de forma a produzir dados estatísticos para fins gerencias. Pelas minhas contas (o meu censo), errei 3 vezes mais o título, que, paradoxalmente, pede pelo bom senso de todos...(três pontos, friza-se por via das dúvidas).
Até agora não sei se o título também foi equivocadamente (já que eu não erro nunca) postado.
Acho que o texto torceu o título, como um homem que olha para trás, movimentando a sua cabeça no sentido inverso ao do seu corpo.
Para minorar o erro, ao invés de mudar a posição do corpo do texto, apenas virarei a cabeça no sentido do contexto, afastado provisoriamente neste texto, conforme se dissume da leitura do primeiro parágrafo supra editado. ZZZZUUUUUMMMM!! Pronto. Olhei para a frente e coloquei o texto em harmonia com o seu contexto.
Agradeço sinceramente pela correção, prometendo a cada dia aperfeiçoar-me na correção dos textos, para que os contextos não andem para trás....
Melhor ainda: para não ter o trabalho de acertar o "censo" registrado no texto com "s" , mudarei o título do texto, para que o contexto não seja desconfigurado.
Onde se lê: "Tenha bom senso!", leia-se "Tenha bom siso".
Errata errada para acertar a certata. Obrigado pela atenção.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tenha bom senso!


Estava no recôndido de meu lar quando o interfone tocou, anunciando que a "moça do senso" estava subindo para realizar o......senso.
Recebi-a como quem recebe alguém que realiza um trabalho importante para a nação, com pompas de embaixadora brasileira para assuntos estatísticos, até que, ultrapassada a fase de recepção e quase apresentações, sentamo-nos e começamos o trabalho para o qual ela havia sido talhada. Estava ansioso, tentava me recordar de dados importantes e relevantes, enquanto fatores de determinação de custos, de direitos e de obrigações nessa relação esquizofrênica que mantemos com a figura do Estado.
A agente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou o seu trabalho: O imóvel é próprio? Apropriado, pensei, mas fui respondendo as suas indagações. Qual o seu salário? Hein!? Isso ainda existe? Calma. Me localizei e pensei em termo de remuneração por trabalho prestado, embora haja vezes em que se evidencia a remuneração por trabalhos não prestados, como pude constatar nesse dia. Quantas pessoas residem na casa? Eu respondi pela minha família e pela sua integralidade, mas a pergunta seguinte foi incisiva: Todos filhos da mesma mãe e do mesmo pai? Foi aí que eu me dei conta de como estamos ultrapassados. Meus filhos são meus e de minha esposa. Que careta! Muito obrigado, disse a ressenciadora. Ei, pensei comigo, só isso? Perguntei se aceitava um café, recusado em função do tempo que possuia para realizar com profundidade perguntas tão complexas e exaustivamente elaboradas. Pediu para que eu assinasse na tela do computador de mão. Eu não sei o que eu assinei, porque não há espaço para que se possa localizar a própria resposta, sendo estranho que se tenha que assinar numa maquineta pequena, ligada a algum órgão, como quem diz que o que está ali foi mesmo informado por quem assinou, sem que se possa ler o que se infirmou sobre o que se afirmou, afirmei eu ao demônio que me acompanhava (meu anjo disfarçou e foi para a cozinha rir).
Dois dias depois, andando pela Rua XV de novembro, parei numa banquinha de jornal e li a seguinte matéria de capa: "Senso revela a nova cara do Brasil". Pela pequena nota constante abaixo da manchete de capa, deu a impressão que insinuava-se que o Brasil havia crescido e que havia mudado de cara (para melhor?). Lembrei das perguntas que me foram feitas e indaguei aos meus botões: Com apenas aquelas perguntas era possível visualizar a cara do Brasil? No máximo, pensei, daria para imaginar a cara da Receita Federal ao saber o quanto eu não ganho e o que eu não tenho (posso até imaginar o risinho deboxado do Agente fazendário).
Dando os trâmites por findos, é impressionante o que o Estado é capaz de fazer, para manter no interior de seu intestino, as mesmas bactérias de sempre. Lá, lá, lá, brilha uma estrela, lá, lá, lá. Lá e cá parecem tratar do mesmo lugar. Bactérias intestinais geram diarréias estruturais. De uma hora para outra.
Que cara o Brasil tem com essas micro perguntas que me foram feitas (imaginando que isso ocorreu com todos), é fácil de responder. Não precisava nem ter contratado o IBGE alimentando-o com nossas receitas públicas. O Brasil tem a cara de......PAU!
Amanhã, caso vocês se deparem com estudos sobre a nova cara do Brasil, saibam que espelha um ano de eleição onde imbecis usam imbecis para alimentar a imbecilidade que mantém a estrutura risível de um país continental. A cara de mentira deslavada pelas águas da conveniência política, após uma maquiagem e um retoque com creme de sacanagem e aloé.
Que o doutor Pitangui comece a se preparar, pois a coisa tá mais feia do que parece, só que não aparece.
Até a cirurgia plástica que será feita em 2020, após o acidente que irá conduzir a desconfiguração da cara ....de...do...Brasil (musiquinha de ninar para as bactérias segurarem criancinhas no horário eleitoral gratuito). Merda! Vomitei de novo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Digite o código de seu D.N.A.

Meditemos um instante sobre nossa relação com essa figura nominada Estado, como se estivesse no ambiente mais sagrado de nosso templo ou de nosso coração. Por favor, estamos ingressando em um local previamente purificado pelos nossos pensamentos, afastando cogitações profanas e quaisquer vibrações que não se harmonizem com a santidade do lugar: o "nós mesmos" de cada dia que inspira e expira várias vezes aos mesmos dias, até que o fim se evidencie. O fim, meus caros leitores, corresponde ao derrubamento do templo pelas oxidações pouco vacilantes que fazem enrugar peles, inoperar músculos, confundir pensamentos, desacelerar corações e paixões dantes motivadas pela proximidade com o início, que a proximidade com o fim faz esquecer. Eis-nos vivos e vivificados pelo tempo que nos resta em busca da felicidade. Silêncio...silêncio...silencio.Meditemos.....

Ao nascer levamos uma palmada de alguém que sequer conhecíamos, somos, portanto, provocados a reagir desde o início, sem que, todavia, saibamos corretamente contra o quê.

São anotados os registros de nossos sinais vitais, tamanho, peso, teor de gordura, sexo, informações clínicas que se antecipam à matemática porvir que o Estado faz computar em seu banco de dados, através dos hospitais, obrigatoriamente vinculados a algum Ministério do Estado, talvez, o ministério do abate vindouro, no sentido de abate líquido e certo. Data do nascimento, signo, tipo sanguíneo, fotocópia do pezinho enquanto um pezão se prepara para nos chutar o trazeiro, para fora do hospital , depois de catalogados os dados, é claro.

Insatisfeitos com os dados clinicamente colhidos, o Estado determina que os progenitores se dirijam ao cartório de registros de pessoas naturais (como se fosse natural), para que o mesmo certifique que a prole que nasceu há dias ainda não morreu e por isso deve mesmo ter o registro do nascimento publicizada , para que todos saibam que o filho da mãe e do pai, é de fato o filho da....mãe e do pai que estavam no hospital quando isso ocorreu, conforme o declarado. É gratuito, afirmam, como quem quer dizer : "merda, essa porra viveu e vai dar despesa".

Feito isso, como porcos e vacas submetidos ao controle do órgão de vigilância sanitária, fornecem gratuitamente (vou chorar de emoção!!), uma carteirinha de vacinação, que a pretexto de controlar endemias, servem para fomentar as estatísticas que subsidiam os orçamentos anuais, com direito à emendas espúreas e tudo.

Em seguida, os registros escolares determinam quem você será, de tal maneira que o caboclo que nunca saiu de Cruzeiro do Sul no Acre esteja igualado com o aluno formado na melhor escola de São Paulo ou outro centro urbano, e ambos, igualados por mais um certificado que o Estado fornece ou autoriza a fornecer, irão compor o banco de dados do Ministério da educação, cujo principal mister é ignorar o que ocorre a sua volta. Não que ignorar não seja complexo, mas fico perplexo com a ignorância do povo ignorado por quem sequer sabe ignorar com eficiência, mas valemo-nos do que há de positivo nisso: as estatísticas que revelam o nível de ignorância do nosso amado povo, ignoram que não se pode igualar coisas desiguais (que Rui Barbosa me perdoe), e por isso, ignorados pelos pais que certificaram que seus filhos nasceram, ignoram tudo isso que eu disse. Eu mesmo ignoro o que eu disse. Na verdade, eu me ignoro completamente.
Para não enlouquecer ou esquecer de qualquer loucura, somos acostumados a pensar no Estado, que chamamos loucamente de "governo", como sendo o responsável por tudo o que acontece na nossa vida e olvidamos que nossa respiração, nossa meditação e nossa consciência começam a se agitar. Ingressam no quinto círculo do inferno dantesco.
Seguindo a ordem natural da coisas, nossas crianças, ouvindo-nos vifificar a figura do Estado a cada momento, em casa, na televisão, na escola, na rua, na .....(deixa pra lá), já oram pelo bem estar do mesmo, e, mais adiante, para o mesmo, em nome de todos os bens estares do mundo. É a deificação de um estado de coisas indetermináveis por natureza.
Cresceram e deverão ser identificados como se nunca houvessem sido identificados na vida, quando "tiram a identidade", registro que, além de geral, gera muita dúvida na geração que vêm, e que gerará a outra que poderá comprar sua identidade junto com o ship de uma empresa de telefonia qualquer (com a Anatel de olho, é claro). O Estado, no afã de reforçar o controle sobre o bando de gente que deve "governar", obriga nossas crianças a solicitar a identidade oficial, já no ensino fundamental, havendo escolas que exigem RG para matricular pessoas no ensino publico ou privado, e assim , crianças, despreparadas, regozijam-se em parecer com adultos desmiolados, com identidade e registro mais sofisticados, posto que gerais. O dedo polegar, que poderia sinalizar positivo para atitudes positivas, imprime dactilos gráficos juvenis, sem pressentí-los humanos, antes de tudo, antes mesmo de permití-los crescer de forma arejada e livre (entenda-se:organizando sua mente a partir de sua própria percepção de si mesmo e do outro). Antes disso, devem alistar-se nas forças que desarmadas pela falta de verbas, municiam a psiquê de adolescentes masculinos com balas conceituais com sabor de amor à pátria, enquanto aviões militares trasnportam Presidentes estrangeiros em ano de eleição.
Nossa criança, já então quase adulto, inscreve-se no Ministério da Fazenda e ganha outro número, número que reflete o furto qualificado que se evidenciará tão logo alguém informe ao Estado que já está trabalhando para alguém, que também possui um número, razão pela qual , logo em seguida, exigem-lhe que uma carteira de trabalho se interponha entre uma iniciativa e uma oportunidade, como se para trabalhar, fosse necessário informar ao Estado o quanto ele roubará de suas perspectivas futuras....estão entendendo onde quero chegar?!
Nessa carteira, anunciada com ares de medida positiva, informa-se que a previdência o espera sob o mesmo número e que é por isso que a sua remuneração virá menor do que o anunciado pelo empregador. Números, controles, escravidão qualificada pelo resultado.
Não vou falar da certidão de casamento, de óbito, para não cansar sua beleza, já que a proposta deste texto é fazer com que todos reflitam sobre a gradativa operação a que se submete seres humanos, sob o manto das imperiosas necessidades sociais dos mais fracos, quando na verdade, ao menos nos parece, o aparelho serve para fragilizar seres humanos e torná-los dependentes da rede social que em progressão geométrica, vem erguendo a seu redor, como uma colonia de carrapatos que sugam a força de seu hospedeiro, até que, adoentado, não consiga mesmo distinguir, bó de cró, e nós, crococas, dopados de Estado por todas as vias (circulatória, respiratória, etc.), vamos dizendo sim a uma ilusão que, à luz da ciência vem produzindo alucinações nos povos, e, o que é pior, catalogando nascimentos, casamentos e falecimentos), à revelia de qualquer vontade individual. É proibida qualquer medida lúcida de combate à ditadura imposta pelo grupo de indecentes analfabetizados que tomaram postos importante dentro da estrutura de governo, que alguns ainda insistem em chamar de Presidência da República, Senado, Câmara de Deputados, Supremo Tribunal Federal, Tribunal de (ih..ih..ih..) Contas da União. Da união, entendeu? Não!?. Relaxe. Eu também não.
Não se propugna pela anarquia geral , ampla e irrestrita, pois não pactuamos com essa idéia, mas a ordem e o progresso, consignados na flâmula que representa a nação, vem imperiosamente determinando que, a partir de agora, o Estado é quem registre em nosso banco de dados o que vem fazendo com os recursos amotinados pelas exações fiscais brutais a que submete o povo brasileiro. Que o Estado torne público, como o faz com todos os nascimentos e mortes, todo o sistema de drenagem de recursos, que representam, em algum e altíssimo grau, o sangue de uma nação que precisa se medicar urgentemente, com uma dose de inteligêncica, vontade e coragem, para chamar de cró, o que é cró, e de bó, o que é bó. Boboca, porque em campanha eleitoral você diz que nunca antes nesse país aconteceu o que não se vê mesmo!? Que o Estado registre em seus dados, mais do que o meu IP , o meu espírito de asco, contra a nojeira em que nos atolamos sob sua dependência, sob a sua irresponsável coordenação, para que , a cada dia, organizemos o nosso banco de dados para saber o que vem acontecendo no Reino da Dinamarca. Digo: Na República (ahahahahahahah!!!) Federativa (ahahahah...para vai!) do Brasil (uhuhuhuhuh..aaaaiiii!! chega, pelo amor de Deus).
Agora gafanhoto, retorne à dimensão da realidade, encerrando a meditação proposta no início deste texto, respire profundamente e sinta-se vivo, livre e provido de sensibilidade. Retorne ao mundo objetivo e decida se tudo deve mesmo permanecer como está. Mas depois não reclame tá!?