segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cambridge para you Harvadiar - ou - dá um trocadinho aí moço?

Recentemente assisti um documentário sobre a Universidade de Cambridge (Inglaterra) em um desses canais da vida e fiquei estarrecido com a enorme distância existente entre o sistema de ensino superior da Inglaterra e o brasileiro. Senti-me uma barata e, numa síndrome de pânico muito mais profunda do que aquela descrita por Kafka, fiquei com medo de sair de mim mesmo, pode? Pode. O atraso que nos cerca dista de séculos. Isaack Newton passou por Cambridge, enquanto pela Universidade de Pangaré do Sul, Joãos e Marias se divertem com a casa de quitudes (conhecimento) que, parecendo uma casa, alimenta pesadelos mais do que abriga possibilidades. A bruxa da estória chama-se ignorância. Ela costuma ganhar eleições e está em todos os partidos políticos. Doces ou travessuras?
Fiquei impressionado, em relação à Cambridge, com a maestria na construção da simbiose entre o moderno e o tradicional, entre o rígido e o flexível do que há de melhor em matéria de produção de conhecimento. Ali se ensina que Newton se recostou em uma das árvores para meditar sua teoria gravitacional e que dezenas de prêmios Nobel literalmente andarilharam pelos seus antigos prédios. Andar por entre tijolos centenários para produzir a mais legítima física quântica,  destruindo paradoxos artificialmente erigidos pela ausência de observação.
Em Cambridge, mestres lecionam sobre o conhecimento que superaram, fomentando ainda mais a latente superação porvir, oriunda de cada possibilidade representada por cada um dos admitidos em seus quadros.  Dá-se uma  aula em que nada se pode perguntar, sendo admitidas poucas intervenções pelos acadêmicos, e, ainda assim, desde que providas de inexorável imprescindibilidade circunstancial. Somente em momento posterior (outra aula de natureza diversa)  é que se permite o debate monitorado pelos professores auxiliares, que para atingir o mestrado, precisam saber-se por superar (espero ter sido claro).
Por curiosidade, consultei o orçamento da educação para o ano de 2012 e, tristemente, constatei que serão empregados no ensino superior cerca de 9,5 bilhões de Reais em todo o país. Para que se possa ter uma vaga idéia do que se pretende aqui externado, o orçamento de Havard em 2005 foi cerca de 25,9 bilhões de dólares americanos (naturalmente). O que se aplicou em Havard em 2005 (em moeda americana) é quase o que se aplicará em educação no Brasil em 2011, na sua totalidade, ou seja, incluídas as verbas de todos os níveis de ensino e os projetinhos para ensinar pessoas a escrever e ler letrinhas, que via de regra são destacados no orçamento, pois compõem o chamado Fundeb, EJA, etc... Serão 65 bilhões de Reais (brasileiros, naturalmente), um orçamento que se pode reputar, em que pese o nome de nossa moeda, verdadeiramente lúdico (o único caso em que o lúdico e o real se consorciam).
Recentemente foi publicado um dos estudos voltados para a classificação das universidades do planeta, publicado pela Times Higher Educations, de cuja lista se nota ressaltadas as universidades norte-americanas e inglesas, competindo acirradamente com as européias e australianas. A universidade brasileira melhor classificada foi a USP, na posição 178, não havendo nenhuma outra universidade brasileira classificada entre as duzentas melhores. Havard é a segunda, perdendo, neste ano, para a California Institute of Technology. Havard curiosamente foi criada por um ex-aluno de Cambridge.
Há nesse rol instituições públicas, com ou sem investimento particular e particulares, com ou sem subvenção pública, demonstrando que essa discurssão pertine apenas à análise do revestimento cultural dos povos e que o talento, lastreado pela inteligência e esforço (porque nada é fácil mesmo), costuma dar resultados.
Nós, baratas escamoteantes que bamboleiam entre as paredes da idiotice e da politicagem, sob o teto da covardia, instrumento preferido dos analfabetos que gerem o país, distribuímos diplomas para aumentar as estatísticas fomentadas pelos chimpanzés de plantão, para dizer que, no mundo de joãzinhos e mariazinhas, percentuais insólitos ingressaram no chamado "nível superior". Crianças...acordem pelo amor de Deus!!!!
Perdoe-me a casuística pessoal. Meu filho ingressou na Universidade Federal do Paraná e, considerando que a matrícula é semestral, efetuou sua matrícula dentro do quadro de matérias disponível, o que engloba as matérias obrigatórias e optativas. Iria se formar no final desse ano mas a bruxa apareceu e os doces se derreteram, fazendo esmolecer concepções juvenis anteriormente recheadas de esperança e fé.
Há poucos meses do final do curso, informaram que o horário da matéria optativa para a qual se inscreveu foi alterado, alterando as condições que, no início do semestre, haviam sido disponibilizadas para os alunos. Como esse acadêmico trabalha em banco público (20 anos, vai ver que não leva a vida a sério né?) e havia se matriculado na optativa que atendia, dentre outros critérios, ao horário cujas aulas poderia frequentar, diante da alteração unilateral promovida pela dita universidade, teve que atrasar a conclusão do curso por um motivo para o qual não deu causa, tudo para concluir uma matéria que sequer obrigatória é. Uma alteração unilateral produziu num jovem a sensação do impacto que toda a realidade do sistema universitário brasileiro faz produzir: asco pela falta de organização, pelo desdém com a perspectiva pessoal dos acadêmicos e com um talento que no Brasil atinge níveis preocupantes: o de reproduzir  incompetência em progressão geométrica e tornar regra o que sequer em  exceção poderia ser constituído.
Como advogado, já estava preparado para diligenciar sobre o ocorrido e trabalhar em cima da medida judicial cabível, mas fui impedido por este aluno (um dos poucos que iria se formar sem reprovar nenhum semestre) sob o argumento de que esse episódio servirá de experiência para o futuro, quando poderá provar que as coisas podem ser diferentes.
Num misto de orgulho (pelo meu filho) e asco (em relação às universidades locais), decidi escrever sobre o tema, para denunciar o desdém a que está relegado o sistema de produção de conhecimento no Brasil, mas apresentando paradigmas indiscutivelmente imitáveis, cuja superioridade me fez (e faz) sentir como uma barata, tonta de não acreditar nessa quase incomensurável distância que separa o ensino superior inglês e americano, dessa coisa que temos aqui. O ensino inferior de terceiro grau.
Se alguém estiver me vendo: uma esmolinha por favor...
Não precisa ser dinheiro não. Pode ser em forma de exemplos mesmo.
Havard nasceu de Cambridge. Quem sabe, com essa tecnologia toda, o DNA da Cambridge não seja doado à USP para a melhoria da raça?
Ensinar nossos filhos a pensar e estudar pode ser prejudicial a saúde....
dos governos e dos governantes.
Ugh!!!!!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A liberdade no contexto do Estado contemporâneo.

Levando-se em conta que esse blog prima por realojar o conceito de Estado, enquanto ente abstrato criado pela mente humana, materializado pelo fluxo do tempo, associado à reunião de interesses de que deriva, e que, queiramos ou não, produz efeitos concretos no cotidiano de todos nós, nada mais justo do que exercitar a liberdade de expressão, para falar sobre liberdade.
A genetriz do Estado está consolidada na vontade pessoal de cada integrante da sociedade, que desejando sistematizar mecanismos para harmonizar diferenças (culturais, sociais, econômicas, religiosas, psicológicas, genealógicas, etc..), permitiu que parte de seu interesse pessoal fosse substituída pela de um ente coletivo, desde que respeitada a finalidade maior dessa transmutação quase alquímica: o respeito ao seu fim precípuo: o bem comum. Como definir que espécie de sistema desejamos sem antes deliberar com os princípios que nos une, na qualidade mediata de súditos indisponivelmente livres?
Dentre todos os princípios, quer nos parecer, a liberdade representa o princípio fundamental sem o qual nenhum outro poderia subsistir. Não existe igualdade quando todos são levados a se inserir num plasma axiológico que covardemente unifica dinstinções naturais, privilegiando, ao invés da igualdade, a massificação de padrões estereotipados, inclusive quanto às definições que se emprestam a todos os princípios que subsidiam o sistema legal de um Estado constituído para
fomentar o progresso individual e coletivo de seus partícipes (que autorizaram a sua instituição).
A liberdade pode ser traduzida como o atributo genuinamente humano que permite a cada um decidir como valorar o outro, a partir dos fatos externos que evidenciam o conceito de relação pessoal. Num segundo momento, como faculdade de pensar e agir por si mesmo a respeito de tudo, assumindo a responsabilidade pelos efeitos eventualmente produzidos.
Sem liberdade não se pode falar em igualdade, mas em uniformidade. Não se pode falar em fraternidade, mas em hipocrisia coletivamente instaurada. Não se pode falar sequer em liberdade, porque então essa expressão teria sido calcada artificialmente no espírito de todo aquele que não seguisse padrões existenciais próprios. Todos se aprisionariam no conceito, tornando-o esvaído de sua própria essencia. Sendo naturalmente uma faculdade desprendida da alma humana, sem liberdade irrestrita, berraríamos "liberdade" querendo dizer, na verdade, "béééééhh", após, claro, nos fartamos da alfafa nossa de cada dia.
Toda e qualquer aparência de liberdade deve ser urgentemente erradicada da alma dos povos, do contrário, serão obrigados a engolir estruturas formalmente aparelhadas para vender ilusões em forma de ações de governo, com direito a dia da independência e tudo. Não existe dia da independência para uma nação feita de homens e mulheres que possuem alma. Já nascem livres, como nos ensina a Constituição Norte-Americana e a Declaração Universal dos Direitos dos Homens.
Eis o que nos cabia: recordar de nossa liberdade para lembrar que ela precede a qualquer ente abstratamente gerado e que, qualquer tentativa de manietá-la (tentativa, pois atributos anímicos não podem ser aprisionados com corpos ou mentiras), direta ou indiretamente, deve urgentemente ser trasladada para o quinto dos infernos, local onde Dante se bronzeia e debate sobre as mazelas diabólicas que todo e qualquer político sabe de cor e salteado. É! Liberdade não é desordem nem libertinagem, mas a possibilidade de modificar sensos estreitos acerca do conceito de evolução humana.
O Brasil está acima do purgatório mental a que tentam nos submeter. Sejamos livres antes de sermos cidadãos lacônicos, ironizados pela criminosa estrutura de poder que não permite que os nossos "bééééhhsss" sejam substituídos por inteligência própria, inabalável diante de discursos fáceis e repetitivos.
Liberdade, ainda que tardia....estória pra boi dormir. Liberdade é e sempre foi...livremente nossa.
Valeu!!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma imagem vale mais que mil palavras.

Para complementar a matéria anterior, onde convidávamos o leitor a realizar uma viagem para o interior de si mesmo, naquela região obscura onde deposita o seu senso de concepção de nação, tentando decifrar a psique coletiva do Brasil, anexamos abaixo um link tratando da relação de poder existente entre os macacos que permitimos que nos governem e o que realmente somos nós, quando nos permitimos ser governados pelos mesmos.


Essa relação de poder, mantida, de uma lado pela prepotência e de outro pela covardia, é equilibrada pela existência de uma estrutura administrativa e de poder corroída pela corrupção, estrutura de poder que absolve canalhas, julga vagabundos, finge que persegue a bandidalha, e, finalmente, legisla em causa própria. Seriam canalhas indicados por bastardos de índole semelhante quem poderia modificar o sentido das forças postas em jogo, nessa relação de poder esquizofrênica e imbecil!?


Enquanto procurava palavras para postar esse pequeno texto, demônios invadiram a minha alma e me possuíram com idéias absurdas do tipo ...deixa pra lá. Não quero estragar o seu dia! Mas posso pedir para que vocês, enquanto apreciarem o conteúdo do vídeo amador externado na folha de ontem, e publicado no youtube, de onde foi extraído o link, realizem uma pequena meditação: (i) acessem o link; (ii) analisem o seu conteúdo com isenção de ânimo; (iii) após efetuarem o passo anterior, tentem se recordar do que pensaram enquanto assistiam. (iv) analisem a sua posição seja ela qual for; (v) finalmente, indaguem: porque no Brasil isso se evidencia sem que qualquer estrutura seja aprimorada no sentido do bem comum!?


PS: (não, não é, ainda, pronto socorro): Eu ia comentar a decisão judicial que cassou a liminar que proibia que servidores do Senado percebecessem remunerações maiores do que o teto estabelecido na Constituição, conforme publicado no jornal o Globo, mas isso poderia influenciar na meditação que sugerimos acima.


Segue o link:


http://youtu.be/GU6a6URWQcY

Boa meditação!!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Turismo psicológico ao interior do Brasil

Perdoe-nos pela ausência temporária de postagens, mas a culpa é do Brasil. Não a do Brasil fragilizado pela própria incompetência em tratar de suas mazelas administrativas e sociais, mas o Brasil psicologicamente idiotalizado, preso aos complexos centenários importados das metrópolis que nos saqueavam livremente, assim como aqueles originários do sistema de controle psicossocial patrocinado pelos bancos daqueles outras metrópolis que, na prática, subordinavam ao seu controle, a portuguesia daqueles centros de poder diretamente vinculados ao patrimônio brasileiro: abriram-se mas do que os portos às nações amigas; abriram-se o id, o ego e o ....deixa pra lá, nunca tivemos superego mesmo.....

Durante esse tempo, foram tantos os descalabros da política interna brasileira, que ficamos em dúvida sobre qual deles seriam mais importantes para comentar no contexto proposto pela nossa amada Genetriz Estatal, e, na dúvida, pressionados pelo tempo sem postagens, escolhemos todas, resumindo-os todos em um só foco de especificação: o que é do Estado não pode ser transmutado em quiquilharia particular das bestas que o administram.

O que há em comum entre, graças a um acidente, descobrirmos que o Governador do Rio de Janeiro encontrava-se na Bahia, num dia de meio de semana, numa viajem em que o homem mais rico do Brasil houvera cedido gratuitamente o transporte, por meio de seu helicóptero particular (PT-EIKEBATISTA), e o Ministério do Turismo aprovar em tempo recorde uma transferência de mais de vinte e cinco milhões a uma ONG (organização não-governamental) , para que a mesma se responsabilize pelo aprimoramento do setor hoteleiro e turismo, num contexto em que a citada ONG (IBH - Instituto Brasileiro de Hospedagem), administrada por um empresário que presidia um órgão estatal em Brasília (Brasiliatur) no governo Arruda (única arruda que não conseguiu espantar as nhacas típicas daquele detrito, digo Distrito), chamado Cesar Gonçalves, já era integrado a vários procedimentos administrativos apuradores de desvios de verbas naquela estatal.

Mais enauseantes do as ilicitudes praticadas por esse bando, é a desculpa que dão para ocultarem os reais propósito de suas relações, perverterem o senso lógico do povo inculto ou, o que é pior, adormecerem o senso de reação do que há de parco e tímido entre o povo informado, único capaz de digerir possibilidades lógicas e ilógicas com algum grau de lucidez, a quem é impossível responder a desmandos com frases feitas para debilóides respirantes ou similares.

Agregar a isso o pagamento de direitos autorais realizados pelo Ministério da Cultura a não autores vivos, em detrimento de autores legítimos, porém mortos, poderia provocar movimentos peristálticos no nosso intestino, em caráter irreversível, por isso relevaremos essa parte da coisa que, em seu todo, infelizmente, transforma a estrutura administrativa do país em um tubo de produção de cocõ, a quem se deve, por força do hábito, referenciar com o pronome de tratamento inadequado, já que Vossa Excelência não combina com o cheiro da coisa em si. Vossa bostejanância nos parece mais adequado, mas esse pronome ainda não foi criado.

O que pretendemos ressaltar é a herança portuguesa traduzida por uma espécie de beija-mãos estilizado e moderno, num circuito que, resumido, seria assim traduzido: Governo...BNDES..Eike e genéricos.."empresários"...família de ambos.....netos de ambos.....papagaios e outros bichos de ambos. De sobremesa: bacalhaus adocicados ao molho pardo.




Tem as PPP (parcerias público-privadas), mas PQP, já sabemos o que pensamos sobre isso.

Um sistema meritório deve prestigiar (deveria parecer óbvio, mas não é) o mérito (como é ruim externar o óbvio que deveria ser óbvio num contexto adequado) e, se a meritocracia se extende para os mares da economia, deveríamos diminuir o tamanho do Estado, tornando-o mais eficiente, deixando à iniciativa privada todo o resto, cabendo às individualidades, o crescimento racional das especificidades exigidas pelo mercado. Quando a iniciativa aparentemente privada se mistura com a sua irmã siamesa - interesse aparentemente social - temos um capitalismo oligárquico nacional não raras vezes cristão, que às vezes se nomina social democrata, às vezes dos trabalhadores, o que gera uma estrutura de relacionamentos internos que torna impossível dar ao Estado a eficiencia que se projeta no plano dos planejamentos (a que ponto chegamos para explicar o inexplicável) , e à esfera dos sistemas privados de interesses, a liberdade responsável que reconduz o capitalismo às suas raizes inaugurais.

Essa miscelânea de valores mesclados, não raras vezes induzida por uma estirpe de elite social mentalmente depravada, deve ser remediada com um pouco de suco de maracujá, para que, na calma ou na dormência dos sentidos, possamos colocar nossos plexos e complexos num eixo que possa proporcionar à nossa inteligência e aos nossos sentidos, a sensação de que tudo está voltando ao normal.

Eixos axiológicos nos devidos locais, respeitados os paralelismos do caminho e dos trilhos, resta-nos incentivar aos nossos leitores uma nova modalidade de turismo, mais barato do que o atual, com menos reflexos negativos e que depende única e exclusivamente da vontade de cada um: o turismo psicológico pelo interior do Brasil de todos os nossos próprios interiores, para identificar problemas, propor soluções práticas e conhecer aquilo que de melhor poderia ser externado à nossa personalidade coletiva, cuja máscara é verde e amarela, com olhos azuis, postos ao céu estrelado, na brancura de uma paz interior da cor do mais branco dos brancos mantos.

Ouvimos hoje no jornal da Rádio Bandeirantes que a Assembléia Legislativa do Paraná teria sido construída sobre imóvel invadido (por ela própria) e que, por meio de uma associação de esposas dos deputados (uma pessoa jurídica criada pela turminha cujo nome levantaremos em breve), transferiu-se a propriedade do imóvel onde está sediada (ou a posse, não sabemos ainda) e, graças a isso, a Assembléia paga alugueres para a ficção que criou (em outra palavra: rouba-nos descaradamente).

Tudo isso me remete à queda da bastilha, nobres pendurados em postes públicos (ou privados), o povo cuspindo em seus cadáveres, atirando pedras......ufffa! Permitam-me retornar à realidade porque o ódio que minha alma faz desprender nesses processos imaginativos não faz bem à saúde de minha paz...se bem que.....deixa pra lá!


quarta-feira, 22 de junho de 2011

A propósito da jurisdição afetiva: vamos todos cirandar?

Recentemente o Supremo Tribunal Federal acatou a tese vertida por interessados, incluída aí a Procuradoria Geral da República, no sentido de reputar constitucional a chamada união estável homoafetiva. O fato foi comemorado por casais homosexuais que, não sem razão, passaram a gozar profundamente da segurança jurídica prometida pelo texto constitucional em seu artigo 5º, fenômeno que possibilita não apenas o registro de sua situação legal em órgãos públicos, entidades de previdencia pública e privada, testamentos, provimentos judiciais, sucessões, dentre outros efeitos jurídicos presumíveis.

Sem prejuízo dos efeitos psicológicos produzidos com a publicidade do referido julgamento, dentre os quais, em algum grau, a minimização de preconceitos e, sobretudo, da ramificação de tendências homofóbicas, com algum plus de violência recôndida ou mesmo manifesta, não podemos nos furtar a analisar o episódio sob o ângulo do Estado Democrático de Direito e denunciar, desde já, que o Supremo Tribunal Federal , neste e em outros episódios, vem se locupletando ilicitamente das competências que foram deferidas ao Poder Legislativo, todavia, por vias transversas. Tentar-se-á explicar sem complicar muito.

A Constituição Federal define o conceito de entidade familiar (art. 226 e pars). Inaugurando no sistema nacional um conceito moderno de "família", reputando-a a "base da sociedade", o par. 3º do citado dispositivo esclarece que "para efeito de proteção do Estado é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento" (grifos nossos). Daqui se abstrai dois aspectos relevantíssimos: (i) somente homem e mulher podem constituir uniões estáveis protegidas e reconhecidas pelo Estado; (ii) a lei é exigida no sentido de facilitar a sua conversão em casamento.

O par. 4º esclarece que "entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes" (grifo nosso). Daqui se abstrai, dada a relação estabelecida entre a expressão "pais" (quaisquer deles) e "seus descendentes", posto que somente um homem e uma mulher podem gerar descendentes (expressão diferente de "filhos", que podem ser adotados), que somente a relação derivada da união entre um homem e uma mulher pode ser abrangida por esta norma. Tudo, numa interpretação sistemática, leva ao entendimento de se tratar de união entre homem e mulher.

A partir do texto constitucional, surgiram as chamadas leis do concubinato e da união estável, que se popularizaram e ganharam o que em direito se chama "eficácia social" (algo do tipo: a lei pegou)

Ao reputar a união que se passou a chamar homoafetiva, açambarcada no conceito de união estável, nos moldes definidos pelo artigo 226 e pars. do texto constitucional, o Supremo Tribunal Federal legislou instituindo uma relação jurídica inexistente no sistema legislativo pátrio. Não há qualquer norma que defina ou regule a união entre pessoas do mesmo sexo (salvo no plano do direito de se associar ou formar sociedade civil). Que norma teria sido levada ao crivo do órgão judiciário de Cúpula (eu disse Cúpula) para ter submetida a sua eficácia à luz da Constituição Federal?

Sem que qualquer norma (lei) subsidiasse o pleito vertido por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade, o supremo julgou constitucional "algo", que inexistindo no sistema legislativo brasileiro (não há lei regulando a matéria), acabou autorizando genericamente aquilo que sequer era permitido ou proibido. A nossa Constituição assegura que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei" (Art. 5º, II) - grifos nossos

O STF decidiu, numa interpretação "conforme a Constituição", em caráter geral e obrigatório a todos, o que sequer foi amplamente debatido pela sociedade e transformado em algo permitido ou proibido pela via regular: a lei. O que se chamou "conforme a Constituição", em sede de interpretação, na verdade foi frontalmente contrário ao texto expresso da Constituição, vindo-se a inaugurar nova modalidade (ou critério intepretativo), qual seja, a interpretação "supraconstitucional", no sentido de.... "do jeito que eu quero que seja e pronto".

O constituinte original (aquele que desejou estabelecer uma nova ordem de valores por meio de uma assembléia constituinte), estabeleceu que os poderes da República são independentes e harmônicos (art. 2º), o que em outras palavras significa que o legislativo não pode, via de regra, julgar, e, pelo mesmo motivo, o judiciário legislar.

Ao decidir pela constitucionalidade da forma como procedeu, o órgão de cúpula - guardião da Constituição - infringiu, ao nosso ver, a Constituição. Estabeleceu efeitos genéricos aquilo que era específico, transmutando um julgamento em uma lei, sem qualquer regulamentação. Fez a vez do legislativo, o que , literalmente falando, implica em crime de responsabilidade.

A sociedade não está reticente diante do fenômeno da usurpação. A imprensa recentemente divulgou o caso de um juiz singular da 1ª Vara de Fazenda Pública de Goiania que negou o reconhecimento e registro da união estável de um casal homosexual, argumentando que a decisão do Supremo Tribunal Federal é inconstitucional. Compreenderam?: um juiz (portanto não se trata de um leigo) deixou de obedecer aos efeitos produzidos pela polêmica decisão proferida (e por unanimidade) pelo órgão judiciário de cúpula argumentando que ela, em si mesmo, é inconstitucional. Os motivos esposados pelo magistrado margeam aos que aqui postamos, relacionados com a invasão de competência do Judiciário, produzindo efeitos semelhantes à lei, num contexto onde (i) somente ao legislativo compete este mister, (ii) não havendo, até o presente momento, uma lei que regule a relação homoafetiva (para nós seria necessário - o que é mais gravoso - uma Emenda Constitucional), se quisermos dar a essa união o status de família.

A repercussão para o público em geral, ecoou como um descalabro jurisdicional eivado de preconceito, mas, se podemos ser úteis para minimizar o impacto desse desvirtuamento natural, na tentativa de aproximar o juridicamente acatado com os reflexos psicológicos provocados na massa de jurisdicionados, cumpre-nos informar que a decisão, em seu teor, em nada abordou preferências sexuais, nem a forma pela qual cópulas são empreendidas por homens ou mulheres nos seus misteres fisiológicos, filosóficos, religiosos, existenciais ou biológicos, mas tão somente a intervenção indevida do Poder Judiciário quando faz transmutar, quase que alquimicamente, uma decisão sobre algo não regulado por lei, num ato abrangente que obriga tanto a todos, como se de uma lei se tratasse (é como se de um monte de merda, através de um abracadraba jurisdicional, a fome fosse declarada extinta da realidade dos seres).

Para que se tenha noção da gravidade do problema, a via correta seria o Congresso Nacional debater amplamente o problema, e por quorum qualificado (que significa dizer na prática "através de amplo debate social" ) aprovar uma lei que, esta sim, submeter-se-ia ao crivo da análise de sua constitucionalidade pelo órgão judiciário de cúpula. No caso concreto, uma situação particular virou uma decisão em tese, que tratando de aspectos pessoais e específicos, submeteu todos os jurisdicionados ao efeito de uma decisão que repercutiu de forma geral, obrigando aos demais tribunais.

Porque duas pessoas entenderam no sentido que lhes aproveitou, toda a nação se obrigou a submeter-se aos efeitos produzidos pela polemizada atitude judicial (pois não reputo decisão o que ocorreu ali)

A questão é tão séria, que felizmente hoje recebemos um clip de notícias que informava sobre a Emenda Constitucional 33/2011, que trata de obrigar a submissão de toda súmula vinculante do STF, ou ADI'S (ações diretas de inconstitucionalidade) e ADC (ações diretas de constitucionalidade) à aprovação do Congresso Nacional. O projeto é sustentado pela tese de que o STF vem suprimindo a atividade legislativa que foi deferida exclusivamente ao Poder Legislativo, para que a sociedade, através de seus representantes legais, ratifiquem ou não as súmulas e decisões com repercussão geral, sob pena de ser discretamente implantada no país a ditadura judiciária, disfarçada de democracia judicial.

Nesse sentido, somos favoráveis à eleição direta do Presidente do Supremo Tribunal Federal (e de todos os tribunais), porque, não raras vezes, atuam mais como agentes políticos do que técnicos, mas isso é matéria para outra ocasião.

Esperando ter sido útil de alguma forma, bem como termos sido claros quanto à real problemática levantada e debatida através desse texto, vamos nos despedindo alertando para o fato de que, uma coisa é defender a liberdade sexual dos seres que delegaram ao Estado a função de representá-los, direta ou indiretamente, através de seus órgãos (sem maldades!), posto que a liberdade é o pilar central do Estado Democrático de Direito. Outra coisa, é, ao arrepio do próprio sistema democrático, impor os efeitos de uma decisão sem que sequer uma lei tenha tido seu nascedouro pelas vias e fontes institucionalmente aceitas, desrespeitando as regras do jogo, tudo para reputar ente familiar , com efeitos patrimoniais, sociais, psicológicos, institucionais, uma relação civil não abrangida no Capítulo próprio da constituição, que regula a família, com reflexos nas sucessões legítimas ou testamentárias, nas obrigações previdenciárias, fiscais e administrativas, de grande repercussão, essa sim, geral e efetiva, sem que o Congresso houvesse intervido no processo.

Durante a confecção desse artigo, tentamos, visando minorar a chatice que é apontar normas e expor aspectos técnicos necessários à compreensão do problema, encontrar uma forma de tornar divertido o texto, mas, pela primeira vez, não encontramos palavras que pudessem aliviar a tensão que leituras como esta dispertam, razão pela qual solicitamos seu perdão e compreensão.

Cuidem de analisar com prudência as notícias em que ministros de órgãos judiciários de cúpula aparecem expondo o grande problema da ineficiência do Poder Judiciário e sua relação como o excesso de recursos e manobras processuais praticadas pelos advogados. Há gente por aí pregando o enxugamento da quantidade de recursos, quando o que desejam mesmo é dar repercussão geral aos seus anseios e frustações políticas e pessoais, querendo, talvez, julgar, legislar e administrar por vias transversas. E tudo ao mesmo tempo.

Recomendo, diante da lamentável chatice desse artigo, que os leitores abortem a sua leitura, não sem antes ressaltar que esse texto não comenta uniões, de quaisquer espécies, mas usurpações e ditaduras judiciarizadas.

Vão...parem de ler essa chatice....não tem gibi em casa não!?

Ps: O Cebolinha casou-se com o Cascão, a Mônica registrou sua união estavelmente articulada com a Magali, e o Xaveco...o Xaveco....foi nomeado pelo Presidente da República Ministro do Supremo Tribunal Federal, e ambos ainda hoje brincam de roda. Ciranda cirandinha vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar. Fim!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Para uma vida melhor: melhorará.

Tendo em conta que recebemos vários comentários através de nosso endereço eletrônico (cujo acesso é visualidado no icone "visualizar meu perfil completo" da nossa página - ao lado), bem como alguns através dos comentários que estão disponíveis após a edição de cada matéria, resolvemos, primeiramente, agradecer pelas intervenções, favoráveis ou não, tanto ao texto quanto ao contexto da matéria "Pruma vida mior", a qual esta se reporta.Isso significa que, em algum grau, a educação ainda repercute no ambiente das pessoas comuns que, de alguma forma, imaginam que possam contribuir para o aprimoramento do "sistema", ou, quiçá, da educação desvinculada de qualquer processo ou regime estatal a impor "rótulos de ser ou não ser, assim ou assado".
Recebemos desde link's sobre o discurso da professora Amanda Gurgel, até puxões de orelha questionando se havíamos entrado em contato com a obra "Para uma vida melhor", objeto da notícia veiculada pela Folha (e toda a imprensa nacional) e - a notícia - essa sim, comentada por nós.
Primeiramente cumpre salientar que o objeto da matéria não foi o livro em si, mas o contexto em que ele foi noticiado pela imprensa, razão pela qual os textos polemizados vieram grafados entre aspas. Como entendemos cabível a crítica acerca da dúvida sobre o nosso efetivo contato com a obra polemizada pelos meios de comunicação, aproveitamos para fazer uma mea culpa e confessar que não havíamos entrado em contato direto com a obra quando comentamos o texto da Folha de São Paulo (mais ou menos reproduzido pela imprensa nacional em seu todo considerada).
Através de uma crítica muito bem postada realizada por uma leitora, acessamos ao link enviado pela mesma e pudemos conhecer o conteúdo do (ou de um capítulo do) livro e compreender a estrutura de sua elaboração. Como a Genetriz é democrática, repassamos o endereço para a sua consulta: http//www.acaoeducativa.org.br/downloads/v6Cap1.pdf - Genetriz também é difusão de opniões contrárias.
Ao lermos os comentários de um anônimo (leiam o comentário abaixo do texto da matéria) pudemos inferir, pela linguagem, pelo roteiro argumentativo e pelas siglas referidas que deve se tratar de um(a) professor(a) da rede pública (porque enviou também o discurso da professora Amanda Gurgel divulgado pela rede youtube), que segue um fundamento pedagógico centrado num programa desenvolvido pelo Estado (ou professores do Estado) apaixonado(a) pelo tema (professores sempre terão a minha eterna reverência), todavia, com o espírito maculado pelas teses aprisionadoras dos órgãos estatais, quando transformam jargões históricos em métodos pedagógicos e bombardeiam os professores da rede pública com a idéia de que os referidos jargões referenciam o espírito, na luz que possam fazer resplandescer, quando a educação não é tratada como método de aprisionamento mental, mas liberdade anímica ínsita a idéia de se possuir um espírito, portanto livre.
Da crítica, frize-se, muito elegante e bem postada (e bem-vinda), extraímos alguns vícios comportamentais que reputamos naturais (a menos que não se trate de professor ou educador da rede pública de ensino), dentre os quais destacamos: 1)a defesa da tese de que, por sermos advogados, não podemos comentar sobre educação; 2) a alusão a Paulo Freire sem o provável exame do contexto de sua obra e como se propugnar por algo contrário fosse o equivalente a falar mal do Papa; 3) a opinião desvairada que aponta para o fato de "só quem pode falar sobre o tema com PROPRIEDADE (em caixa alta mesmo) é quem foi professor ou aluno do EJA; 4) a defesa da tese de que quem não é ela própria (a pessoa anônima que nos agracia com sua crítica), pauta-se em "achismos", tem visões lineares, e cheias de "pré-conceitos" (sic).
Em nossa defesa, sustentamos que mesmo quem não ensinou ou aprendeu pelo EJA (deveria ser AJA) não apenas pode, mas deve acompanhar o debate sobre a matéria "educação", pois, apostar no contrário, seria delegar ao Estado, com o autoritarismo (inclusive conceitual) que lhe é característico, a missão de tornar os educandos massa de manobra ora para a eleição de analfabetos, ora para a aquisição de livros elaborados por grupos de professores amalgamados por um estranho interesse em produzir e vender obras cujo conteúdo ideológico torna evidenciável a existência de cartéis pedagógicos que sustentam professores unidos pelo ensejo da venda de livros, algo como o "sindicato das produções quaisquer" a pretexto de pedagogia. É um absurdo pretender que somente professores possam falar sobre educação, como, no mesmo sentido, somente advogados falarem de lei, somente médicos falarem de medicina, ou somente um somente poder limitar evidenciáveis "poréns". Visão linear possui quem pensa linearmente, como por exemplo, somente isso ou somente aquilo. Com todo o respeito: não somos alfabetizandos.
Paulo Freire foi lido por nós há mais de vinte anos e, em que pese o acerto de sua tese de que as pessoas devam ser "não educadas, a priori", mas "alfabetizadas" aprendendo a escrever e falar sobre os valores que as cercam (isso é Paulo Freire em síntese), admitir que não se possa debater outros ângulos e perspectivas sobre o fenômeno educacional (o qual abrange a alfabetização), é contrariar o próprio assim chamado "método Paulo Freire", agora, enquanto processo de "educação". A coisa é mais simples do que parece. Se eu falar de Paulo Freire exaustivamente, não estarei aplicando o método desse conceituado educador, mas contraditando a sua linha pedagógica. Na época dele não havia internet nem discurso no youtube. No mais, se os educadores ainda falam de Paulo Freire como há trinta anos atrás, é sinal de que o Estado demora mais tempo do que os pais no processo de interação com novas abordagens, razão pela qual, ratifica-se a idéia de que não podemos deixar nas mãos do Estado autoritário, o comando total do processo educacional de nossos filhos, sob pena de vislumbrarmos neles, os escravos em que se tornarão nossos netos de amanhã (e sem poderem, se não forem professores, opinar sobre o tema).
Ao estabelecermos contato com a obra, e agora podemos então opinar (será?), chegamos a conclusão de que a receita saiu pior do que a encomenda. Antes não tivéssemos lido. A obra - essa sim - investe no preconeito linguístico às avessas, transformando o debate sobre o uso das normas chamadas cultas, em questão ideológica.
Lemos ali que: "Em primeiro lugar, não há um único jeito de falar e escrever. A língua portuguesa apresenta muitas variantes, ou seja, pode se manifestar de diversas formas. Há variantes regionais, próprias de cada região do país(...) "

Em primeiro lugar, "Há variantes regionais, próprias de cada região do país" estabelece um pleonasmo vicioso, pois o fato de ser regionais, só pode se referir mesmo a mais de uma região. Imaginemos a mesma frase sem o referido vício de linguagem, no contexto dado pela autora: "Há variantes regionais." A expressão é auto explicativa. Mas nóis pode falar de outros geitos né?

A ideologização da educação é sustentada de forma esclerótica, quando se posiciona no sentido de que "Essas variantes podem ser de origem social. As classes sociais menos escolarizadas usam uma variante da língua diferente da usada pelas classes sociais que tem mais escolarização. Vale lembrar, que a língua é um instrumento de poder - , essa segunda variante é chamada variedade culta ou norma culta, enquanto que a primeira é denominada variedade popular ou norma popular".
O texto leva o educador que está sendo educado a educar e ao educando a acreditar que o educando socialmente pobre não pode falar corretamente, ou seja, nos termos de sua classificação, por meio das normas cultas e que, a contrario sensu, todas as pessoas socialmente privilegiadas falam pela norma culta, algo do tipo, "Odorico Paraguaçú é quem tem razão". Isso é um absurdo lógico, mas ao aluno pobre que está sendo educado pelo professor pobre, pode estar sendo criado um esteriótipo irreal e quando tiver que escutar um pobre lhe corrigindo um erro gramatical ou de sintaxe, imaginar que pobres não são cultos, e que preferirá, então, ouvir a doutora em línguas que escreve sobre educação por meio de pleonasmos, e acreditará que somemente educadores, particulamente os do Estado, é que entendem do assunto.
Embora saibamos que as pessoas ricas tem maiores e melhores acessos ao processo de desenvolvimento educacional, não podemos associar o aprimoramento do domínio da língua a questão puramente social, porque, talvez, seja mesmo uma questão afeta mais ao espírito do que à escola. Machado de Assis que o diga.
O livro coloca o domínio da norma culta em contraposição ao, digamos, domínio da norma coloquial, como uma questão sindical, onde a idiotice deve se unir, no brado servil e imbecil que atravessa as fronteiras do saber: "Proletariados, uni-vos na sua ignorância contra os burgueses que falam corretamente". Unga, munga, dunga, completariam.
Reproduz-se parte do texto: "Contudo, é importante saber o seguinte: as duas variantes são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza da norma culta principalmente por ter acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum se atribua um preconceito social em relação há variante popular, usada pela maioria dos brasileiros. Esse preconceito não é de razão linguística, mas social."

O livro leva o aluno da rede pública a pensar que todos os "pobres" que "falam certo pela norma popular", são vítimas de preconceitos sociais pelas classes dominantes, quando o que ocorre, e isso se aprendia há décadas atrás, é que para haver comunicação é necessário que haja mais do que um emissor e um receptor, mas um código conhecido por ambos.Tudo o mais é tagarelice. O texto faz parecer que, por ser a liguagem falada pela maioria dos brasileiros, deveria se impor, algo do tipo, "a maioria vence", o que, ao nosso sentir, equivale a dizer que "quanto pior o sistema de educação, mais desculpas se terá para gastar rios de dinheiro com coisas simples e sustentar uma praga de parasitas da educação que sobrevivem de parecer que educam, quando na verdade, parece é que vendem muita receita para a doença que ajudam a reproduzir". Um viva para as editoras, cujos proprietários, se vasculharem bem, achar-se-ão entre os que defendem esse tipo de "abordagem pedagógica".
A pretexto de liberdade, o Ministro da educação informa que não tem ingerência sobre o conteúdo das obras que são pagas pelo mesmo, pois tudo fica na mão de um grupo de professores que se vinculam ao Ministério e forma uma espécie de um "pool" de educadores, que decide o que "pode estar à disposição para o consumo das escolas" . Nossa intuição nos diz que esse grupo de educadores deve ter sido organizado em forma de ONG, e, com mais ou menos certeza, recebem recursos públicos nem sempre fiscalizados pela sociedade.Como é que pode um Ministério não tomar conhecimento do conteúdo das obras didáticas que são pagas com recursos públicos e onde está a liberdade e a autonomia pedagógica se não se pode sequer criticar contextos, já que somente "educadores" entendem de educação?
Para terminar - agradecendo às críticas que nos impuseram a obrigação de tomar conhecimento da obra, para poder informar aos meu leitores sob o seu caráter didático-ideológico, e externar que a imprensa não sinalizou de forma desvirtuada o que o conteúdo desvirtuado do livro propugna (com total respeito pelas opiniões em contrário, de educadores, advogados, médicos, faxineiros, etc..).
Reproduzimos um parágrafo do texto extraído do link fornecido (obrigadão!) pela citada leitora, remetendo-nos a um arquivo pdf que reproduz parte do texto da obra comentada.

"Você pode estar se perguntando: 'mas eu posso falar os livro?'
Claro que pode (...) mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".

Esperando haver contribuído com o debate (enquanto posso, apesar de ser um ignorante advogado, falar sobre o assunto, ou, antes que o sindicato dos professores que vendem livros para o MEC não me amordacem), cumpre somente esclarecer ao leitor que as regras do uso da lingua são regidos por lei (o que me insere de alguma forma no contexto do debate - uffa!!! - mas sem prejuízo da opinião contrária dos professores e outros profissionais), e que, no plano doutrinário, a definição de "norma culta" (ou legal, aprovada pela maioria em projeto tramitado pelo Congresso Nacional) e "norma popular"(falada pelos contribuintes que são educados em escolas públicas e, apesar de pagarem muito imposto, são tratados como animais mera e linguisticamente aproveitáveis) somente ganharão relevância quando a abordagem do problema migrar para o campo da "comunicação", dentro de um contexto mais refinado onde todos , pobres ou ricos, possam dominar plexos e sistemas de linguagem, numa profundidade compatível com o seu próprio espírito e vontade de aprender.
Quanto ao vídeo da professora Amanda Gurgel, agradecemos o envio, mas como não compomos nenhum sindicato de professores, em que pese todo o respeito que temos por essa importantíssima categoria profissional, nada mais podemos aduzir senão quanto quanto ao fato de que é surpreendente como um discurso tão velho tenha ganhado tanta repercussão na mídia. Não vou comentar sobre a linguagem da protagonista do vídeo, para não pensarem que sou "preconceituoso". Meu conceito de linguagem reprovou a forma pela qual ela se expressou, mas aprova em gênero, número e grau o conteúdo do discurso proferido, sobretudo quanto à audácia e coragem em dizer o que deveria ser dito, na frente de quem deveria ouvir.
Há uma distinção conceitual de considerável monta entre ser preconceituoso (falar sem conhecimento de causa) e defender um conceito (a que se aderiu por experiência própria ou pela liberdade de escolha). Meus filhos foram alfabetizados com 3,5 anos, compreendiam conceitos matemáticos básicos antes de os aprenderem na escola, portanto, falo com a autoridade de pai e educador que pôde prescindir da tese dos doutores, por acreditar que o simples é acreditar que todos os homens possuem espírito, mais do que qualquer outra coisa. A simplicidade reduz posterioridades inúteis quando ensinar se transfigura em questão zelo e amor, mais do que egocentrismos invertidos pela insuficiência em explicar o fácil, o verossímel e o provável.
Para uma vida melhor: conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o universo e os deuses... e até Paulo Freire. Obrigado!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pruma vida mior

Pegamo-nos surpreendidos com a notícia de que o Ministério da Educação teria aprovado, no rol de obras didáticas vinculadas ao processo de alfabetização da nação brasileira, algumas que estariam fazendo apologia à recontextualização do erro, relativizando-o e inserindo-o no rol de uma nova gama de classificação, algo parecido com "um acerto estilizado", numa espécie de "a priori" disfarçado, seja lá o que isso venha a significar.
A orientação para que as escolas não "consertem a fala de aluno para evitar que ele escreva errado" consta desde 1997 dos Parâmetros Curriculares Nacionais --ou seja, passou pelos governos FHC, Lula e Dilma, informa a reportagem da Folha de São Paulo (18/05/2011).
No centro da polêmica encontra-se um livro, que se reputa didático, intitulado "Por uma vida melhor". Assim se exterioriza a notícia (Folha): 'Na semana passada, o site IG divulgou que o livro, ao tratar da diferença entre a língua oral e a escrita, afirma que é possível dizer, em determinados contextos, "os livro ilustrado mais interessante estão emprestado"'. Pois bem, deixemos de reproduzir textos e analisemos o contexto.
Sob o pretexto de chamar a atenção dos responsáveis pela direção e supervisão do serviço de educação e ensino acerca dos potenciais fatores de pressão psicológica vivenciados por aqueles que "falam errado", pretende-se divulgar a idéia - a pretexto de fundamento pedagógico - de que, minimizando o impacto da delação quanto ao erro, estar-se-ia criando um ambiente propício à correção, entretanto, para materializar essa hipótese didática, afirma-se que o erro não é tão errado, imprime-se essa idéia em um livro aprovado pelo Ministério da Educação, vindo a sugerir, dado o contexto noticiado, que o correto seria potencialmente preferível, transmutando o certo em possibilidade viável, enquanto o errado, contextualizado, não estaria tão errado quanto aquele certo poderia evidenciar em outros tempos.
Uma nação que minimiza falhas alterando os critérios de avaliação dessas mesmas falhas, não faz outra coisa senão minimizar a própria competência. Algo como ocultar o sujeito determinado sem entrar no mérito do predicado. O que disse (eu)?
A educação no Brasil tem sido renegada ao último plano desde há muito tempo. Modificam-se os critérios de avaliação para dar aos brasileiros a falsa sensação de melhoria no processo de desenvolvimento educacional, e, para tanto, facilitam a aprovação de alunos sob o pretexto de incentivo psicológico, incrementam os vale-esmolas para prender o aluno pelo estômago e pelo "bico" que passou a ser frequentar escolas; flexibilizam às últimas o processo de ingresso aos cursos superiores para alimentar estatísticas quantitativamente aceitáveis, todavia, qualitativamente desprezadas. Quando é que vamos tratar da educação, enquanto processo de aprimoramento do saber, como efeito do espírito (humano), enquanto fenômeno (em tese geral) que diferencia o homem dos animais irracionais?
Aprimorar o espírito pelo desenvolvimento do saber precisa se tornar uma questão de Estado e não de Governo. Verbas públicas são, quando não literalmente surrupiadas pela manada de políticos não educados, escoadas por programas governamentais que não fazem outra coisa senão se preocupar com a merenda que mantém seres humanos na degradante condição de animal potencialmente racional, para que não gerem despesas públicas nos sistemas públicos de saúde que as autoridades, não menos públicas, desprezam sistematicamente.
Aliás, antes de ser uma questão de Estado, deve ser uma questão pessoal e familiar, porque nós, pais e mães preocupados com o espírito de nossos filhos, não podemos delegar a ninguém o processo de transferência de valores construtivos, sob pena de vermos em nossos filhos, os escravos em que nossos netos se transformarão.
"Por uma vida melhor", titulo de um dos livros que são abraçados pela mente brilhante de algum burocrata da educação (incluo aí os que passam a vida estudando para obter os seus títulos de doutores e que sequer conseguem organizar um único pensamento próprio sobre qualquer questão do saber), sob os auspícios de um contestável sorriso de agradecimento esboçado pelos não menos contestáveis editores ou escritores beneficados, esses sim, melhorando suas vidas de forma deplorável, às custas da manutenção da ignorância de toda uma nação.
Nóis vai se re tirar daqui, pra nóis poder pubricar essa matéria que nóis sabe que é importante pru brazil.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

OLHA O BRUCUTU....BRU...CU...TU!

A Gazeta do Povo noticiou hoje a polêmica gerada por um ....um...uma coisa que sabe-se lá como elegeu-se Senador pelo Estado do Paraná. Ao responder às tradicionais indagações promovidas pela imprensa, no cotidiano da vida política do Brasil, o fluxo de perguntas corria no sentido dos riscos de aumento de inflação, e, por corolário, questões afetas ao câmbio, às importações, ao consumo, que sempre estão na pauta do dia, e, como não poderia deixar de ser, posto que se trata de matéria estritamente vinculada ao controle inflacionário, aos gastos públicos.
Demos nomes aos bois, digo, aos muares que são direta ou indiretamente responsáveis não só pelas políticas públicas de controle da inflação, mas por prestar contas à sociedade acerca de seus posicionamentos políticos, econômicos, sociais, etc.: Roberto Requião, ao responder a uma pergunta sobre o aumento dos gastos públicos, posicionava-se no sentido de reputar "mais uma besteira" ventilada pelos seres comuns, quando foi indagado pelo repórter da Rádio Bandeirantes, Vitor Boyadjian, que chegou a elegantemente prenunciar que não poderia fugir do assunto, dada a sua vinculação com o tema "gastos públicos", qual era o seu posicionamento acerca da pensão vitalícia que os ex-governadores recebem, e que, no Paraná, está sendo judicialmente debatida.
justificou o seu recebimento pelo fato de estar pagando multas impostas "injustamente" pelo Poder Judiciário, qual seja, "acho justo que eu receba para poder pagar as multas que me foram impostas pelos erros que pratiquei no exercício de minha função".
O repórter tentou retomar o tema sob o ângulo da coerência da pensão (para ex-governadores) quando teve o seu gravador tomado pelo "Senador", que soltou algumas piadinhas, retirou a memória de gravação e saiu.
Sob o ângulo psicológico, comecei a imaginar como uma desequilibrada poderia governar um Estado da federação por duas vezes e, novamente, vir a ocupar um cargo que exige conhecimento, diplomacia, polidez, flexibilidade e que reflete o cérebro da nação brasileira. Eu encarnei a problemática e, como se diz por aí, assustei-me com a solucionática. Cá entre nós: é assustador que um ser desprovido de sensibilidade possa influenciar na criação de leis que nos obrigarão por longos tempos. Um ser, coisa, bicho ou algo que o valha que decidirá ou contribuirá para decidir o futuro do país. Truculento, estacionário , no sentido de parado no tempo no que tange ao processo do que há de evolucionário no ser humano. Portanto, um caso menos de polícia do que pertinente à antropologia.
Quando a Genetriz se propõe a debater a figura do Estado, está a exercitar o mesmo senso de liberdade que foi literalmente roubado do repórter da Rádio Bandeirantes.
A sociedade precisa aprender - desde o ensino fundamental - quais são as limitações do poder público e dos agentes públicos que ocupam cargos no sistema administrativo brasileiro.
Vou sintetizar o que preconiza o direito administrativo brasileiro sobre o tema, em algumas simples palavras, desprovidas do exarcebado e tradicional prolixismo jurídico.
No Estado democrático de direito, uma Constituição elaborada por representantes do povo estabelece a estrutura de seu funcionamento. No Estado de legalidade, a LEI cria os cargos e a LEI estabelece competências e funções. Somente depois, frize-se, SOMENTE DEPOIS, é que algum homem ou mulher ocupará o cargo (criado por lei) para trabalhar nos limites de suas funções (estabelecidas pela lei). O homem que toma posse de um cargo, não se confunde com o mesmo, nem com o rol de funções que exerce. Ele é obrigado a cumprir o que está PREVIAMENTE estabelecido pela Constituição e pela lei.
Nesse caso, a Constituição cria o órgão (Senado Federal), e o cargo (Senador), vindo a mesma e as leis inferiores a estipular-lhe a função. Quando um Senador, cargo de cúpula do sistema democrático, rouba um gravador de um repórter, ocorrem duas hipóteses de interpretação: 1. O Estado é despótico; 2. O Senador rompeu com o pacto federativo e se confundiu com o poder que ele representa (pois o poder pertence ao corpo social e não a coisa que ocupa o cargo público).
O Brasil precisa amadurecer essa percepção, até que se torne óbvio que a pessoa que ocupa um cargo de tamanha importância não pode permanecer nele se se desvia dos princípios que subsidiam a sua existência ou das regras democraticamente (ainda que não perfeitas) estabelecidas para o exercício de seu mister funcional.
O Brasil enquadra-se na segunda hipótese, o que deveria determinar a imediata apuração pelo Conselho de Ética do Senado e a expulsão do citado muar, digo, Senador, dos quadros institucionais do Senado.Ele não tem a menor idéia de como se comportar nos limites impostos pela Constituição Federal e ética é tudo o que não se evidencia a partir do comportamento demonstrado durante uma simples entrevista.
Não cabe aqui reclamar da imprensa, como se fosse um "maldoso quarto poder" que devesse ser controlado para que as pessoas não saibam o que devam saber, somente porque não se quer informar (em que pese se tratar de cargo público, portanto, sujeito mesmo à prestação de contas).
A reação do "Senador" foi a de um moleque grandão que quer impor a sua vontade, ameaçando de bater nos coleguinhas de rua se eles contarem que ainda faz xixi nas calças. A reação, quando é desproporcional à ação (que nesse caso foi legítima: indagar sobre gastos públicos), costuma ocultar a intenção.
Quando ouvi a entrevista, eu senti na voz dessa coisa que ocupa o Senado, tão logo respondeu sobre os gastos públicos, que intuiu a próxima pergunta da imprensa, isso porque a sua voz variou de frequência de tal sorte, que pude, como réles ouvinte da notícia (a reprodução sonora foi disponibilizada pelo jornal eletrônico), sentir que se arrependeu de responder sobre um tema que, indubitavelmente, daria margem à indagação acerca da superpensão dos ex-governadores. O repórter, mais tarimbado nesse tipo de percepção, deve ter sentido a mesma coisa e não se fez de rogado.
Para terminar, cabe um agravo para repudiar a cena que se seguiu, com a devolução do equipamento do repórter por alguém da equipe do "Senador" (o seu filhote?), agindo como se fosse um xerife do oeste norte-americano, olhar ameaçador e, pasmem, achando-se tão certo que mirava os crachás dos repórteres como quem perscruta os seus nomes para repreendê-los de alguma forma, algo do tipo "cuidado hein meu, que eu vou acabar com a sua carreira" ou o velho "você sabe com quem está falando, meu?!".
Políticos que se elegeram criticando a chamada "ditadura militar", agem de forma muito menos adequada do que os militares do regime anterior, e, em ambos os sistemas, o que há de velho é que o Brasil ainda não faz idéia do que é conviver num regime de civilização estruturada por sistemas legais estabelecidos pela própria sociedade, por meio de seu sistema de representação. O cargo e a função são impessoais. Ocupou-o, obriga-se, nos termos da lei, a seguir-lhe os princípios e os ditames legais.
O episódio me fez recordar do General Newton Cruz há muito tempo atrás. A diferença é que naquele episódio (os mais velhos devem se lembrar), o General quis tomar a câmara do repórter porque ele se recusou a gravar a sua reposta, enquanto o brucutu, digo, o Senador, fez exatamente o contrário, tomou o equipamento do repórter porque não quis que fosse gravado o que não queria responder (se é que isso é possível).
Vou me solidarizar com o Senador Brucutu e dar início a propaganda política direcionando sua aptidão para um cargo mais pertinente a sua natureza:
REQUIÃO PARA OS QUADROS DA....DA....DO....REQUIÃO PARA ....REQUIÃO: PÁRA!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O tico é o Batman. O teco é o Robin. A mulher gato representa a voz da inteligência brasileira. Apelido: ABIN

É inacreditável o que se pode encontrar fuçando os eletrônicos jornais de hoje. Eis que estava dando uma passeada pelas notícias do dia (15/04/2011), quando notei uma matéria que aludia à gramática e à ABIN, agência brasileira de ....agora não sei mais! A notícia comentava um vídeo divulgado no youtube em que, por meio de uma peça de teatro, a agência estava tentando ensinar a língua pátria aos seus funcionários e agentes, que permaneceram secretos no vídeo sob comento (depois entendi o porquê).

Imaginem o quadro: Batman, Robin e a Mulher Gato estabecendo um diálogo onde os heróis, enquanto tentavam capturar a temida vilã, escorregam na gramática e eram por ela corrigidos. Os protagonistas da estória se assemelhavam a alguns personagens da história que governaram alguns países existentes por aí. A única diferença é que no mundo do teatro, todos as personagens podem expressar o que realmente pensam e a dupla de heróis esquizofrênicos parecia, naquele contexto, não apenas os heróis que assassinavam o português, mas idiotas comportamentais que não tinham a menor condição de compreender os ensinamentos da representante do mal, que de mal externava apenas o gosto. A mulher gato, foragida da lei no enredo apresentado, parecia, perto da dupla dinâmica, uma eleita da Acadêmia Brasileira de Letras e a dupla débil, uma dupla débil. Ora, no teatro, se uma dupla débil não representa outra coisa senão (palavra cujo uso é explicado na peça) uma dupla débil, o que se não dirá de todos aqueles que foram obrigados a assistir ao filme? O que se dirá, ainda, daqueles que tiveram a idéia de obrigá-los a assistir.

O endereço eletrônico para o acesso ao vídeo ficará abaixo apontado para que todos possam dimensionar aquilo que se pretende entendido. Ao acessá-lo, tenha em mente que: 1. Foi produzido pela Agência Brasileira de Inteligência, órgão responsável, dentre outros, por acessorar o Presidente da República na tomada de decisões importantes e estratégicas para o desenvolvimento nacional; 2. Teve o fito de ensinar a utilização e a compreensão do vernáculo a um público que deveria, em tese, dominá-lo, na medida em que boa parte do labor dessa turma e fuçar documentos, veículos de informação, etc., buscando peneirá-los em suas aparentes contradições para assessorar à Presidência da República; 3. Público esse que ingressou nos quadros do órgão por meio de concurso público (o que deveria ser investigado seriamente pelos agentes de fiscalização e controle das ações de Estado), portanto, deveriam estar em condições de aplicar o seu conhecimento no dia à dia de sua profissão (análise de informações). Assistam ao vídeo tendo em conta que tem em seu objeto um órgão de inteligência e não um órgão de débeis mentais. Tentem imaginar dezenas ou centenas de servidores públicos assistindo aquela peça por ordem de um superior hierárquico e lembrem, a segurança institucional do Brasil depende deles. Opa, um sorvete na testa para alegrar a perspectiva que temos de um dia nos tornarmos uma nação vocacionada à liderança.

Rui Barbosa no início do século passado já alertava aos jovens sob os perigos de elevar agentes incultos e investí-los de poder, e, o que é pior, expor essa trupe ao estrangeiro e apresentá-la como a nata do que há de melhor no país. Por isso ele morreu (tese acatável);

O DÃ e o HÃ andavam no jardim do Édem, quando apareceu a serpente e disse: Batman! Uma música de fundo surgiu açoitando os ouvidos inocentes de ambos: era a música do Batman a que o Robin aderiu. A mulher gato, imediatamente proferiu o célebre e mágico comando: Fiat Putz. E todos conheceram o Putz, que se espalhou no cérebro de todos os brasileiros, até que, num arroubo de luz, nasceu a ABIN. (escutem a música de fundo....tanananananatananananananana). Adoro pagar impostos!!!! Divirta-se: http://youtu.be/M6JVZJ4xg_s

quarta-feira, 16 de março de 2011

Carcará: pega, mata e come o dinheiro público.

Hoje me deparei com uma matéria publicada no jornal "O Globo" difícil de introjetar. Noticia-se que Maria Bethânia teria recebido R$ 1.200.000,00 para montar um blog, cujo conteúdo, além do normal, contaria com a participação da referida artista interpretando algumas poesias especialmente escolhidas para tanto.

Considero Maria a melhor intérprete viva do momento e admiro muito o trabalho que realiza interpretando textos e poesias de autores famosos, como Fernando Pessoa, Castro Alves, etc., todavia, não posso deixar de registrar - confirmada a informação - minha mais profunda decepção. Que o Ministério da Cultura transmutou-se em Centro de Deformação das finalidades intrínsecas esculpidas no texto constitucional, um lugar onde o amigo do amigo do rei é saudado como fonte provável de uma erudição carimbada pelo filho da puta que o outro filho da puta colocou lá, em cargo ocupado em comissão, não se constitui novidade, mas que artistas como Maria Bethania, sujeitar-se-iam a aceitar tamanha soma para viabilizar uma coisa tão trivial, realmente me surpreendeu.

É chegada a hora do povo compreender porque muitos artistas se reunem em torno de animais políticos que tentam cooptar sua inteligência em busca de votos. Para não me alongar no assunto, remeto o leitor a matéria anteriormente publicada (20/07/2010), sob o título "O estado da cultura nacional que o Estado patrocina " .

Artistas que cultuaram em suas obras o repúdio à imoralidade, a defesa do pobre e oprimido, a justiça social, o trabalhador e outros temas popularescos, vem demonstrando que sua alma pode, na verdade, estar recheada de dólares, dinheiro público fácil, politicagem e outras sacanagens que são geradas em solo pátrio há séculos.

Quem está no comando do Ministério da Cultura atualmente? O Sarney? Não! (responde alguém). O Collor? (não!). O Paulo Maluf então!? (não porra!). Um general da ditadura militar? (eta, sai fora meu!). O alguém que sabe assopra que é irmã de um grande compositor que fez um grande show no canecão com Maria, mas eu não entendo de MPB e fico babando diante de tanta ignorância de minha parte.

Carcará é uma ave que avoa que nem gavião....não...Carcará é um espírito de porco que finge que luta a favor dos oprimidos em troca de um milhão...

Alguém poderia me emprestar um milhão e duzentos mil para eu declamar poesias nesse blog?

Fica solicitada escusas se a matéria não tiver embasamento fático ou factível, mas se crível, então é incrível que ninguém faça nada para apurar tamanha falcatrua cultural, política e prejudiciosa ao erário público.

Quando se fala em incentivo à cultura, que não se entenda que o Estado deve cooptar artistas para barganhar possibilidades, estranhas ao conceito de eticidade, nem consolidar o deplorável pelo amor ao enauseante, mas se quer dizer que a "sociedade" deve se mobiliar para fomentar possibilidades que viabilizem a liberdade de expressão, preferencialmente, de forma a contribuir com o aprimoramento da inteligência coletiva, se não de toda a nação, ao menos de Santo Amaro.

Calhordas: desuni-vos!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ajustando o nariz longe dos óculos.

Em relação à matéria anterior, quando se abordava sobre miopias e coisas afins, registramos que o jornal Folha de São Paulo anotou o sucesso do empreendimento (palestra de Lula aos empresários), com cerca de duas mil pessoas assistentes (no sentido de assistir com os olhos, míopes ou não), havendo o evento sido patrocinado pela empresa IG e por "clientes e parceiros", o que, se verdadeiro o cachê cobrado por Lula (é claro, isso só pode ser uma peça teatral), ele praticamente garantiu uma aponsentadoria muito maior do que aquela constante da tabela instituída pelo INSS para animais comuns e do povo.
Não lembro o que escrevemos na matéria anterior (o pior cego é o que não quer ver) e estou sem óculos no momento, razão pela qual não vou arriscar comentar o assunto (em terra de cego que tem óculos as vezes prefere esquecê-lo na gaveta).
Onde estão as minhas mãos!!??
Ei!! Quem apagou as luzes?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Em terra de cegos, quem tem miopia não pode afirmar que viu.

Estava lendo o jornal Folha de São Paulo na internet, quando me deparei com uma notícia imprensada do lado direito de quem ao jornal lê, dando conta que nosso excelentíssimo ex-Presidente da República vem faturando alto com palestras a empresários interessados em ouvir acerca de suas experiências e, pasmem, seus conselhos econômicos.

Achei curioso que um ex-metalúrgico, ex-socialista, ex-sindicalista, pudesse congregar empresários ao seu redor para dar, dentre outros, lições de economia. Haveria se tornado também um ex-analfabeto econômico ou um ex-idiota que combatia o capital até chegar à Capital do país?

Enquanto lia a notícia imprensada na tela, comecei a questionar minha própria capacidade de lidar com mudanças, bem como o excesso de severidade com que julgava o meu próximo. Porque esse personagem de nossa história havia finalmente encontrado o seu "eu interior" e descoberto que sua grande paixão era mesmo o capital (não me refiro a obra de Karl Marx), após haver embarcado na Capital e conhecido o Capitolum e o Presidente Obama, isso não seria motivo para repudiá-lo, repugná-lo ou deixar de amá-lo, ainda que sua história política tenha sido construída através de uma personagem criada pela Ford, que berrava em megafones que o povo unido jamais seria vencido, criara o partido (desmantelado?) dos trabalhadores e combatia o mesmo FMI para quem autorizou o empréstimo de milhões de dólares em seu governo.

Envergonhado, culpei-me pelos sentimentos que brotavam da minha alma. Afinal de contas, todos tem o direito de mudar e se o Lula compreendeu a importância da livre iniciativa, porque não aplaudi-lo e prestigiar as suas palestras?

A notícia deu conta de que estaria cobrando cerca de R$ 200.000,00 (duzentos mil Reais) por palestra e que sua agenda estaria lotada. Ora bolas, o que tem isso de mais? (ruminava meu "eu inferior" esquisofrenando o embalo daquelas indagações impertinentes).

Para o estrangeiro, o valor era bem maior, informava o respeitável veículo de imprensa, imprensando a nota sobre o fato do lado direito de quem olha a tela do computador.

Ironias à parte, o que um analfabeto que não consegue sequer falar direito poderia ensinar à Votorantim, à Gerdau, à empreiteira Essa e Aquela? Reposta: "informações privilegiadas".

Virou moda ex-presidentes da réles pública sobrevier de palestras cobrando quantias consideráveis (o jornal informa que o Fernando Henrique cobra em torno de cento e vinte mil) e, se como políticos não entendem porra nenhuma de economia, a única explicação viável aponta para o fato de que, desde a era Clinton nos Estados Unidos (que iniciou o modelo em amplitude internacional), inventou-se uma nova forma de vender informações privilegiadas: "fingir que vai dar uma palestra".

Ei, berrou a minha consciência: "você não pode pensar assim. É mesquinho e você não pode provar!".

Então eu acordei desse pesadelo que me acossou a paz durante virtuais segundos e, suado, pude constatar que tudo, exceto a notícia que eu li, não passara de um preciosismo de minha mente, mentindo para a minha realidade, na concepção de meus adormecidos traumas existenciais. Sigmund , o psicólogo, sorriu de mim ao lado de Dante.

Claro, pensei: "por duzentos mil Reais o Lula pode ensinar os empresários a ganhar dinheiro né!?

Claro, se o espaço alugado para receber os interessados comportar cerca de duzentos lugares, o "ingresso" custaria cerca de mil Reais. Mil Reais para ouvir o Lula falar......já ouvimos falar em lavagem de dinheiro, mas de informações privilegiadas.....cchhhiiiuuu! alertou minha consciência.

Claro. Todos tem o direito de se reunir pacificamente. Vou me reunir com o bom senso de toda uma nação (bem longe de Lulópolis, de preferência).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Afinal de contas, não custa contar (ou: quando o hã!? e o dã?! se encontraram).

Recentemente foi divulgado pela imprensa nacional um caso que entrará para (ou pelo?) os anais da história da administração pública brasileira como sendo o caso mais....mais....mais...sei lá entende?
Eu ia dizer esquisito mas me dei conta que esquisito é achar o caso esquisito, já que a leviandade no uso e controle de recursos públicos é mais comum que escrever sobre quaisquer leviandades.
Apartemo-nos dos prolegômenos e abordemos logo acerca dos inergúmenos. Nós atados por laços culturais incontestavelmente incontestes, que vinculam o passado cultural herdado das debilidades mentais que aportaram na terra sem mal, há alguns séculos atrás, com a mesma debilidade travestida de novos tempos, conhecida sob a alcunha de democracia, traduzida como o sistema onde todos podem mentir sem distinção de raça, credo, origem ou classe social.
Noticiou-se que o Presidente do Tribunal de Contas da União , órgão responsável por fiscalizar as contas apresentadas por entes públicos, recebia altos valores para proferir palestras por ai, aduzindo sobre, pasmem, "ética e administração pública eficiente", sendo patrocinado pela Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Banco do Brasil, etc. do Brasil e PQP do Brasil Sociedade Anônima. Entes que, diga-se de passagem, deveriam ser fiscalizados pelo TCU (embora lembre outra coisa é a abreviatura de Tribunal de Contas da União).
Alguém precisa informar a esse senhor (e algumas pessoas próximas que se beneficaram da união de esforços em prol da união de interesses apublicizados), que o Tribunal de Contas da União não tem esse nome porque busca unir o útil ao agradável, mas foi batizado assim porque deve auxiliar o Poder Legislativo a fiscalizar os recursos orçamentários aprovados pela sociedade, através de seus representantes legais.
Estamos chegando num ponto em que as instituições criadas pelo legislador constituinte para manter a integridade moral e legal do Estado, buscando a harmonia de poderes a eficiência de seu mister constitucional, atuam com total desprezo as regras de direito mais comezinhas, regras que, não fossem de direito (e constitucional), ainda assim deveriam ser observadas por qualquer pessoa, porque não dizem respeito a um complexo sistema legal que raramente se vê aplicado, mais a um imperativo de consciência de um nível tal, que qualquer criança poderia compreender.
Não existe a regra que determine "não seja sem vergonha", mas não ser "sem vergonha" é uma obrigação natural que decorre da regra (essa sim legal) que impele à administração pública a observar o princípio da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da eficiência. Não aludi ao princípio da publicidade de vergonha. Como poderia incluí-lo no contexto dessa frase sem corar diante do fato de que a publicidade pode ter sido evidenciada, o que, querido leitor, pode estar significando que tudo ocorreu de forma pública, talvez registrada no Diário Oficial da União. A união entre a contradição e maledição: o desprezível.
Fica aqui o aviso para que, ao votar ou apoiar medidas que impliquem na maior participação do Estado no cotidiano privado da nação, sob o pretexto da "ajuda aos pobres", da "regulamentação", do "controle das irregularidades", os leitores pensem e repensem mil vezes antes de contribuir para a implantação de uma espécie de máfia institucionalizada, cujos chefes ainda recebem o pronome de tratamento "Vossa Excelência". Obrigado Vossa Excelência pela sua majestosa corruptela, para não dizer corrupissão, a corruptela da expressão que melhor traduz nosso intencional equívoco gramatical.
Preciso ir a uma palestra, por isso devo me despedir.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2011: Brasil sejas liberto de ti mesmo, na parte que não te toca.

A Genetriz Estatal deseja a todos um ano novo novo, porque cansamos de acomodar o novo no contexto do mesmo que apenas mudou de ano. Não é, pois, a mudança de data que determina novos tempos, mas a mudança de postura diante de todas as imposturas que a continuidade poderia sugerir, como ser o mesmo num ano diferente, ou transformar todo um ano - vindouro - na poeira de um devir manjado, calejado e existencialmente desgastante, como se já soubessemos do infortúnio previsível representado pela total ausência de novidade.
Que esses dias eternos que se aproximam, eternizem a todos novas oportunidades, novos focos, novos desejos, novas perspectivas, diante de si mesmos, do outro e do todo que isso representa.
Que a nossa alma engravide de si mesma e que nada precise mesmo ser dito, exceto o obrigado que desconcerta toda e qualquer intolerância, premeditada ou não.
Que o Estado seja um ente invisível mais que estruturado, para poder servir mais que desagregar ou enganar.
Que o homem ignorante busque o conhecimento de si, para que o sábio possa difundir o conhecimento de nós, mas nós que não atam cordialidades naturalmente evidenciáveis.
Que o povo se ligue no fato de que ligados são mais fortes do que qualquer discurso, e que toda a velharia de política idosa faleça ante os nossos olhos e nossas escolas de samba, de ensinar e aprender probabilidades factíveis.
Que os pais não deleguem a criação de seus filhos a entes abstratamente criados, e que os filhos produzam sempre frutos mais aprimorados que seus pais, para poderem ensiná-los como fazer bem sem olhar a quem.
Que os professores aprendam a limpar de sua alma o grude de uma política burramente estatizante e joguem no lixo, após separá-los para reciclagem, todo o vício de aprisionar mentes infantis e juvenis, à idéia aburda de que se deve mesmo obedecer a governos incultos, apenas porque pagam o seu salário no final do mês. Deus os alimente com uma porção de coragem civil.
Que aqueles que reclamam da corrupção não alterem suas balanças, não errem no troco, não coloquem o preço errado nos seus produtos, não sabotem os dentes de seus clientes por dinheiro, não prognostiquem doenças que nunca existiram e não receitem remédios pelo afã de receber comissões ilicitamente contratadas com laboratórios e indústrias químicas.
Nós nos propusemos a defesa da tese de que fomos nós quem criou o Estado, e, como criação, este deveria nos servir e nos obedecer e não o contrário. Como alterar o curso das coisas se nós, diante do espelho de nós mesmos, agimos em dissenso com o que desejamos e que estado de coisas geramos quando a intenção não corresponde ao gesto.
Que 2011 seja o novo início de algo verdadeiramente novo. Um novo coletivamente inovador.
Genetriz Estatal estará a disposição de todo e qualquer brasileiro que deseje interagir com a multiplicidade de opniões possíveis no sentido de rever a relação homem e Estado, contribuindo (assim se espera) para que essa abstração criada para nos servir reflita melhor a alma e a expectativa de todos nós.
Todos nós sem exceção, exceto os nós que venham a insistir no intento de atar possibilidades mais estimulantes.
Feliz 2012 a todos!!