quarta-feira, 29 de outubro de 2014

NO TEMPO DE PEDRO: O GRANDE BÓ.

     Fomos conduzidos ao ano de 2030 da era cristã. Ao abrirmos os olhos nos deparamos com pessoas trajando roupas semelhantes, cujo único traço distintivo estava representado por tarjas de identificação funcional. Todas servem ao Estado unitário popular do Brasil, instituído após a vitória da megalomania de Pedro, o grande Bó.
     Iniciamos nossa peregrinação pelo tempo desejando conhecer um futuro provável, ansiosos por encarar o progresso de uma sociedade que, há tempos atrás, imaginava-se muito, mas muito melhor no futuro.
    Já nos primeiros passos fomos abordados por um agente do povo, ele, seu uniforme e sua tarja funcional.    
     O povo, vimos numa holografia tridimensional que circulava sobre todas as cabeças, emanada de um sofisticado dispositivo tecnológico de propaganda,  era o senhor de seu próprio poder. O povo, mobilizando seus lábios, indagou acerca de nossa licença para estar ali. Não sabíamos o que responder, O contraste entre os tempos gerou uma espécie de labirintite circunstancial associada a um certo receio de errar na resposta, talvez, por estar perdido no centro daquela pergunta.
     No susto, respondemos que pretendíamos conhecer nosso futuro (ou o de nossos descendentes, se fosse mais barato).
    Com uma leitora de código de barras na mão, o povo solicitou o cartão de acesso ao centro de formatação de seres em formação (o CFSF). Sem saber o que dizer de plano, dissemos que o havíamos perdido, quando na verdade estávamos era perdidos.
     Recebemos uma multa por desacato ao cuidado das coisas do povo. Valor: mil de suas vontades.
   A holográfica recordação de que o povo era senhor de seu próprio poder rodeava nossos já desesperados circuitos, já menos cerebrais do que  mnemônicos. Pessoas igualmente vestidas gozavam com igualdade do poder com o qual foram investidas. Os que tinham mais poder tinham tarjas mais pomposas, mas, como ouvíamos pelos arredores, quanto maior o poder, maior a responsabilidade em garantir o poder ao povo. Para sermos francos, pairou a dúvida sobre o que houvéramos ouvido. Não sabíamos se "poder ao povo" ou "poder do povo". A acústica daquele local não nos favorecia muito. Não entendemos a proposição, mas para quem sequer sabia onde estava, contentamo-nos em poder ouvir. Poder...ouvir.
   Vimos o povo fabricando chips para inserir verdades nos corpos infantis de seus futuros integrantes.Particularmente no cérebro, pois o coração do povo parecia inacessível à quaisquer espécies de inovação . Todo o controle era necessário e produzido em série. Calculava-se altura, temperatura, taxa de glicemia e o tempo provável de ocorrências diagnosticadas por poderosos computadores.
     Havia um depósito no escuro de uma sala escondida, em cuja porta, nova e iluminada holografia se evidenciava: Proibida a entrada a estranhos. Só quem o povo autorizava poderia ingressar naquele ambiente popular.Cadáveres de possibilidades frustradas se empilhavam para serem utilizados em poderosos testes de consistência. Eram desobedientes e, portanto, ignóbeis, dizia o povo. Precisamos estudá-los. A voz do povo era a voz de Deus (seguramos nosso riso). Um povo desobediente e ignóbil, como nos fora explicitado,  sempre morre pela causa do povo. Os órgãos eram doados.
     Bebês eram preparados para servir ao povo. A cada dez segundos, antes do primeiro mês de vida, aprendiam a venerá-lo. Obedeça, obedeça, obedeça ao povo, pois todo poder dele é emanado.
     O grande Bó, figura mítica e presente no imaginário do povo desde o estado nascituro, ele próprio o maior, de tanto povo ao redor de tudo, a tudo decidia. O povo decidia e era obedecido pelo povo: quando nascer, o que pensar, o que comer, o que beber, o que ler, como servir ao povo, como servir ao povo e como servir ao povo. Pedro, o grande Bó, sempre acreditou no povo. Por isso sacrificou sua vida no intuito de representá-lo. Detestava desacatos à sua autoridade e como ela emanava do povo, desacatá-lo era desacatar ao povo. Ninguém duvidava disso!
     Os centros educacionais, coordenados por um ministério específico, decidiam o que era educação e como explicá-la, em sua acepção popular. Um órgão do povo, cheio de povo, traçava a meta a ser atingida pelo povo. Traçava traços de indefinidas  e estranhas possibilidades, como as letras traçadas por seus universitários em suas universidades populares. Aboliu-se toda a forma de acento para não complicar o processo. Assentos escolares também foram abolidos, assim como escolas e prédios escolares. Sobre a grama se alimentava o povo de conhecimento. Ao ar livre. O ar era de fato livre, podia ir e vir sem qualquer objeção estatal. Não entendemos nada, mas tudo parecia  fazer sentido a todos. O importante é que havia algo escrito em algum lugar.
     O povo era livre e podia definir o que quisesse da forma como quisesse desde que em benefício de si. Pedro, o grande Bó, era muito benevolente nesse particular aspecto. Tanto quem não sabia nada quanto quem sabia tudo sabia demais. Uns sabiam que não sabiam enquanto outros sabiam o que podiam saber, portanto, a sabedoria do povo era incontestável . Pedro, o sábio e grande Bó, sabia de tudo. As estatísticas confirmavam isso tudo. Jamais mentiam e o povo sabia disso.
     Não havia nem ricos nem pobres, nem proprietários, nem expropriados, nem patrões nem empregados, nem muito nem pouco, nem iguais nem desiguais, pois essas contradições haviam sido superadas há mais de uma década, quando ainda se cometia o desatino de pensar por si mesmo (um grande absurdo local), já que Pedro, o grande Bó, havia libertado todo o povo desse pesado e degradante fardo, período felizmente superado, dizia o mesmo povo pela voz do grande Bó. Ninguém era dono nem de nada nem de tudo, pois tudo e nada eram conceitos alijados da nova gramática, abandonados pelo desuso.
    Desesperados, sem licença para desaparecermos e sem recursos para pagar a taxa correlata, desmaiamos, se é que não morremos para esse tempo.
     Sem saber  nem como e nem o porquê, conseguíramos retornar ao nosso tempo e vimo-lo à nossa frente. Pesava-nos tê-lo à disposição. Pesadelo. O peso do elo que nos vincula, pelas nossas ações, ao futuro de nossas considerações. O tempo nos havia trazido de volta sem imposição tributária de qualquer espécie. Um Ufa e um sentimento de alívio nos acometeu. Acordáramos.
     Já com os olhos abertos notamos que uma senhora passava do outro lado da rua. Há o outro lado, pensamos. Carregava um bebê no colo que chorava. Lembrei do povo no futuro. Aproximei-me e indaguei o nome da criança. Pedro, respondeu-me a simpática senhora. O grande Bó? - perguntei. Aquela mãe, imaginando tratar-se de um gracejo, devolveu-me a pergunta: como? Desculpa, respondi-lhe em desconcertado tom.
     Ao final do dia recordamo-nos da criança no colo de sua mãe e o que havia do outro lado da rua, no tempo de nossas considerações. Nada de chips controlando o volume ou a hora de chorar. Bó, nem tão grande assim, era o personagem de um peso que nos açodou o sonho. Felizmente despertamos. Restou-nos pensar em Pedro, menos Bó do que povo, no colo de sua mãe e no outro lado da rua. 
    Caminhamos em direção de nossa zona eleitoral para votarmos. Era dia de eleição. Um grupo da situação gritava que o povo, unido, jamais seria vencido. O da oposição gritava as mesmas palavras de ordem, mas por outros motivos. Trememos. Pensamos em Pedro, o Pedrinho, tanto quanto nos braços de sua mãe. Nós só conseguíamos pensar na palavra liberdade. A que permitia que ambos os militantes gritassem a mesma coisa por motivos diferentes.
    Pensamos (costume de época): chora Pedrinho! Limpa o seu pulmão, exercita o seu  protesto num tempo de várias considerações e possibilidades. Chora Pedrinho, pois sua mãe sabe que quem não chora não mama, conhecimento transferido pela tradição ao longo dos tempos.
    Uma chupeta poderia calar Pedrinho, pensamos. Pelo menos durante algum tempo. Chupetas servem para enganar o senso de realidade de bebês, continuamos pensando. Ríamos do que continuávamos a pensar. Ríamos porque Pedro, o grande Bó, governante do povo do futuro, ainda não havia nascido. Sua criação e nascimento dependiam de nós. Ríamos porque Pedro, o grande Bó, em estágio de latente possibilidade existencial, ainda não havia nos livrado do pesado encargo de pensar por nós mesmos.
     Pensamos em Pedrinho nos braços de sua mãe...esquecendo-nos de votar. As urnas foram lacradas.
    Elegemos nos perdoar, pois a raiz etimológica da palavra "perdoar" conduz a ideia de "soltar  o que faz mal". Quando soubemos que a palavra pecar, em sua acepção etimológica, significava "errar o alvo", não tivemos a menor dúvida em liberarmo-nos da nossa porção desastrada, soltando-a livremente por aí, para que se perdesse em si mesma, até quem sabe, sumir. Redimimo-nos de nosso pecado. Onde está o nosso alvo?
    Elegemos  Pedrinho como futuro candidato às nossas aspirações. Choramos e mamamos nossa liberdade como quem suga a liberdade do fundo de sua própria alma. Pedrinho representa melhor o futuro de nossa condição humana.
   Quem não chora não mama, conhecimento transmitido no tempo pela tradição dos homens, lição retransmitida por um bebê e seu desejo: o de poder livremente desejar o que bem lhe aprouver. É deles todo e qualquer reino, porque na terra estão ocultados todos os céus das possibilidades futuras.  Assim seja! Vinde a nós todos os Pedrinhos.
     A chupeta caíra no chão. Pedrinho a jogara bruscamente ali. Resolutamente.
   Na trama do tempo, Pedro, o grande Bó, desapareceu na escuridão do improvável, provavelmente porque ainda podemos,  no presente, escolher nos eleger livres. Nós, Pedrinhos de ontem.
    Pedrinho venceu. O grande Bó, figura mítica de um povo, foi deletado por uma opção. Nem pela tecla "em branco", nem pela tecla "anular". Muito menos pela tecla "votar". Mas pela tecla "pensar".
     Pensamos que isso basta!




                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    vários partidos insinuavam o seu candidatoaaaaaaaaaaa

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ESQUISOFRENIA ELEITORAL - OS RÓTULOS E AS RÓTULAS.

O fenômeno da eleição, sobretudo as do presente ano no Brasil , permite-nos avaliar os movimentos psicológicos de que nos servimos para dar vazão aos nossos Id , Ego e Alter Ego, individuais e coletivos, prestando-se de valioso instrumento para aferição de nossas dúvidas e convicções, denotando o alto grau de complexidade a que se vê envolta a alma humana brasileira.
Nas redes sociais nossa experiência de vida, agregada a todo o plexo de valores que se fundem no nosso interior, influenciados por fatores como idade, sexo, religião, história de vida, local de nascimento, cultura e capacidade cognitiva de depurar possibilidades, revelam-se temperos saborosos encaldeirados sob a chama da paixão e das vontades, ao sabor das diferenças e semelhanças que norteiam nosso senso de realidade.
No Brasil, ainda se fala em ditadura militar ou a do proletariado como incentivo mnemônico de probabilidades eleitorais porvires. Confunde-se humanidade com religiosidade e caridade, bondade e afeição, não raras vezes sob o auspício do rótulo de socialista. Dependendo da idade, pode parecer óbvio que as coisas podem mudar, ou, que devem mudar, mas por motivos evidentemente distintos.
Entre os servidores públicos, o destino da nação será evidenciado pelo candidato que prometer melhorar os seus salários, num contexto onde aquele que prometer melhorar os serviços, estará fadado ao insucesso eleitoral. Entre os autônomos e empreendedores, pelo contrário, aquele que estabelecer critérios de meritocracia no serviço público, competência, honestidade e eficiência. Se a situação proporcionar um governo meia boca, metade das bocas se calará, a outra metade alardeará alardes impropugnáveis.
A coisa se complica e se torna interessante quando os empreendedores que tem negócios com o governo, apesar do discurso da competência, não fazem muita questão de que ela se manifeste quando vier a afetar os negócios que com aquele mantém, o mesmo valendo para aqueles servidores que se beneficiam por fora dessa relação promíscua entre o Estado e a sociedade. Nesse caso, a coisa se inverte: o servidor defende a iniciativa privada (no sentido de particular e individual) e o empresariado idolatra os aspectos do  Estado que lhe tocam diretamente (sobretudo no bolso). Prostituição é o que nos ocorre para tentar dar forma e imagem a essa relação. 
A dialética  da pobreza e riqueza é o principal tempero dos programas de governo. Presidentes outrora pobres ficam ricos da noite para o dia. Passam a proferir palestras sobre liderança para bancos. Bancos, como é cediço, não sabem muito bem o que fazer com o seu capital e o capital intelectual de presidentes semianalfabetos pode, sabemos, ser muito útil para agregar valores (saiu assim, desculpa). Eles juros que sim. Desculpa. Eles juram que sim.
Enquanto socialistas abrem empresas com capital próprio, o capital das empresas públicas esvaem-se pelos corredores da total ausência de controle. Controlar é coisa do passado, como nós sabemos. De outro lado, capitalistas se aproximam do Estado para fazer exata e indiferentemente a mesma coisa. Socialistas e capitalistas querem o capital. E tomar por inteiro, também, a capital. Alguns chamam isso "capitalismo de Estado". É como se pudéssemos falar em jiló doce, linda fealdade, pobre ricaço. Metonímias impossíveis, além das possibilidades mais ou menos semânticas.
As eleições revelam aspectos de nossa loucura interior. Notamos pobres que apoiam ladrões que parecem pobres, enriquecidos pela experiência, defendendo com unhas e dentes a sua reeleição. Vislumbramos milionários filiados a partidos socialistas, inclusive depositando grandes somas de valores para a sua campanha, numa espécie de criança esperança estilizado. Precisamos fazer a lição de casa. De que casa? Mãe Joana que nos perdoe a .extromissão.
Postamos, curtimos e compartilhamos essa loucura certos de que nossa opinião mudará o curso das coisas, e, dentre os que postam, curtem e compartilham possibilidades, há os que ganham com isso, os que não sabem disso e o que não sabem porque fazem isso (e nem querem saber). Enquanto isso, pobres votam  em ladrões que adquiriram o hábito (vício brabo mesmo) de estorqui-los. E gostam, quando sabem se expressar nesse sentido com ao menos uma frase completa, ainda que interjeitiva: "É!"
Vacilamos entre a opção pela união latino-americana pela via do Mercosul ou pela união das américas em seu todo consideradas pela via da ALCA, de um lado vomitando frases que impingem uma irmandade que nunca existiu, exceto pela via de ditadorezinhos e traficantes que alçam o poder pela força ignóbil de seu povo ignóbil, força motriz do estado de manutenção das coisas. Uma espécie de roda gigante psicodélica.A imprensa não pode noticiar o giro das coisas. Alguém quer algodão doce ou maçã do amor? Quem sabe uma pipoquinha para assistir ao espetáculo?
Engana-se quem pensa que articulamos contra a unidade da América Latina. Articulamo-nos, sim, contra imbecis que se elegem dizendo ao povo inculto o que eles já foram acostumados a ouvir. Fala-se de campanhas com apelos emocionais e raciais, quando o mundo é regido pela economia. Economia, se não nos falta a razão, não é a ciência dos fatores econômicos, mas traz no bojo de sua definição, o estudo de decisões racionais. É o estudo da racionalidade na tomada das decisões. É agora que vem o jingle falando da força de uma nação? Não. É agora que temos que tomar uma decisão (barulhinho da urna defeituosa e das mazelas de que tem sido objeto na rede). Piruliluli!
A unidade da América Latina, querido leitor, não se evidencia pela apelação sentimentalista de enganosos discursos patrióticos, apelando para o DNA de uma raça, mas pela possibilidade de interação econômica entre os agentes de cada país, sem óbices alfandegários, promovendo o enriquecimento da região, com toda a liberdade do mundo. Gostaria de provar vinhos chilenos, conhecer as livrarias argentinas, tomar tererê no Paraguai, a custo baixo e sem ideologias imbecis. A sociedade latino-americana deve tomar o seu destino em suas mãos pela via da economia livre, do contrário, o poder continuará nas mãos da idiotia alicerçado pelos idiotas que não usam a razão para refletir possibilidades.
Entre rótulos e rubricas, optamos pela liberdade. Reconhecemos que nossa loucura se evidencia como todas as demais loucuras descortinadas no processo eleitoral. Somos loucos por liberdade e pelas responsabilidades que o seu exercício proporciona.
Entre socialistas e capitalistas e suas naturais consequências, concentração de poder político e concentração de poder econômico, somos pela interação entre as diversas possibilidades de iniciativa, sem a intervenção do Estado, acreditando que exercitando a plena liberdade, o mundo não será mais dividido entre PT e PSDB, entre oriente e ocidente, entre cristãos, mulçumanos, judeus, budistas e variações correlatas, entre pobres e ricos, entre direita e esquerda, em ambos os casos, com direito às máscaras e às suas expressões.
Alguém poderia indagar, sem Estado? Anarquia? Responderíamos: Mais Rótulos? O Estado é um mal necessário, mas não deve se prestar a alimentar paranoias e megalomanias de um indivíduo ou grupo de poder, mas a regular o bem estar da sociedade, sua patroa incondicional. Nenhum demente pode, pensando que dirige o Estado, intervir na vida privada das pessoas, mas apenas diligenciar no sentido de promover a felicidade, o amadurecimento e a riqueza de toda a sociedade (riqueza material? Mais rótulos? Não). Riqueza em todos os sentidos, inclusive a cognitiva.
Sem rótulos, somos a favor da sociedade com toda a diversidade dos componentes de que é formada: pessoas com almas, pessoas humanas. Portanto, pessoas racionais.
Entre o ser e o não-ser, há sempre o devir. Adivinhar não é outra coisa senão pressentir o que irá advir, o que há de vir.  Adivinhe só o que  irá mudar se a estrutura de poder permanecer como está? O que há de rir.
Postos os rótulos de joelhos, suas rótulas batem violentamente sobre o chão pedindo perdão. Estão perdoados. Vão e não pequem mais.

NOTA: para enlouquecer com vocês e depois rir de tudo. Nosso Id se despede (quase nos atrapalhou), nosso Ego manda lembranças (ele nunca erra) e nosso Alter Ego ....ué...cadê ele?

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A propósito da eleição: qual é a sua verdade cidadão?.

Estamos às vésperas da eleição para os cargos dos poderes executivo e legislativo. O que isso significa sob o foco da dinâmica democrática? Qual é a distância que media a importância do sufrágio e o grau de conhecimento da sociedade acerca dos mecanismos erigidos pelo Texto Constitucional quando compartilha o poder, atribui competências, institui tributos e regula as formas de captação de receita para sustentar a estrutura do Estado, bem como a forma de sua repartição? Para que, afinal foi criado? (nossos ancestrais respondem em uníssono: BEM COMUM! BEM COMUM! BEM COMUM!
Não é novidade para muitos de nós que a forma pela qual a escolha de nossos representantes se evidencia não se coaduna com a acepção das regras do jogo, em seu sentido principiológico. Época de eleição costuma se traduzir por período de barganhas interpessoais, negociação de voto e aventuras eleitorais.
De um lado, uma grande fatia da população vivendo na pobreza, convivendo com a miséria ao seu redor, a ausência de perspectiva de futuro, a dependência psicológica e econômica que o seu ambiente proporciona-lhe desde a infância. Mas engana-se quem pensa que se pode concentrar todas as possibilidades que essa pobreza engendra, interna e externamente no espírito de cada indivíduo, numa lista de males elaborada ideológica ou academicamente. Qual é a diferença entre o menino que mora no morro do bairro esquecido do Rio de Janeiro, administrado pelo narcotráfico e a menina de um Estado nordestino que se prostitui aos dez anos, exibindo os seus dotes para estrangeiros e nacionais sedentos de, digamos, sensualidade. No que diferem moradores da Cracolândia de qualquer Estado, dos povos esquecidos no interior da Amazônia Legal, sem assistência médica e nortes mais acalentadores? Qual é o elo de ligação entre a pobreza e a criminalidade e em que medida o seu desenvolvimento e idades se enquadram nas estatísticas do sistema prisional? Qual é a causa primordial que gera o feixe de concausas subjacentes à falta de sensibilidade de uns em detrimento de outros, representados aqui pelo Estado - ficção jurídica instrumental para a consecução do bem comum - ou fora dele, elegendo representantes de forma desvairada, desinteressada, inconsciente ou planejadamente interesseira?
A velha dicotomia dialética (para alegrar os marxistas) entre o Estado e a Sociedade existe ou é fruto da ação deliberada de um sistema pernicioso que se retroalimenta propositalmente?
Ao eleger alguém para o cargo de Presidente da República, estamos nomeando via mandato eleitoral o chefe de governo (administração interna) e o chefe de Estado (representação externa) de nosso país. Qual é a sua importância constitucional num contexto republicano, onde o centro das grandes decisões são tomadas no Congresso Nacional. Porque o cargo de Presidente é relevado em detrimento dos cargos afetos ao Parlamento Nacional? É uma forma de granjear a desatenção da população, desconhecedora das regras de competência e sua distribuição?
Qual a importância da eleição de um Governador de Estado? Que poderes possui que implicam em alterar o jogo de forças em favor da unidade federativa que representa? Como pode ser possível haver coligações partidárias entre agremiações com um conteúdo programático tão destoante? Como explicar, por exemplo, uma candidata pelo Partido Socialista Brasileiro ser orientada pela herdeira de um dos maiores grupos financeiros do país? Isso pode ser reputado rede de sustentabilidade? Como isso se sustenta? Não vemos no apoio da herdeira do grupo financeiro a determinada candidata nenhum, exatamente nenhum mal. Pelo contrário, quem sabe incentive a incluir no programa do ensino fundamental, de forma sustentada (é gostoso usar essa palavra), educação financeira e direitos fundamentais. O que causa horror é o consórcio entre um partido que se autoafirma socialista e uma candidata apoiada pela referida herdeira. Crie-se o partido financista do Brasil, o movimento liberal nacional, o partido dos banqueiros nacionais, tudo, em homenagem a fidelidade partidária, conceito constitucionalmente estabelecido para fazer unir pessoas que possuem afinidades programáticas. Tudo,  para não anarquizar a apreensão simbólica que os conteúdos programáticos deveriam fazer insinuar, aprimorando e expurgando da ideia de partido, um lugar onde todos podem obter vantagens com a eleição, para substitui-la pela ideia de que os partidos se formam a partir de afinidades de valores e princípios. Democracia não é consórcio de diferenças, mas o resultado de divergências lastreadas nas cartas de valores de cada partido, estas, como resultado do nexo de afinidade de ideias e princípios entre grupos e pessoas cuja união se evidenciou exatamente pelos aspectos pontuais que motivou a ressonância entre os seus integrantes.
 As forças divergentes podem convergir, desde que não percam, no processo de deliberação e negociação, a essência que motivou a sua organização personalizada, do contrário, estariam a fraudar a própria liberdade de associação partidária, na medida em que os interesses conglobados pelo nexo comum de valores, fator primordial que motivou a criação e o desenvolvimento dos partidos, seriam tornados irrelevantes, esvaindo de cada partido o espírito que justificou sua instituição. Uma modalidade especial de estelionato eleitoral, direta ou indiretamente levado a cabo
Qual é a explicação que se poderia encontrar no contexto da razoabilidade lógica, de um Presidente de um partido que se reputa dos trabalhadores, cujo programa é socialista (também), e que, findo o seu mandato, sai por aí a dar palestras sob o patrocínio de grandes corporações de telecomunicações e bancos, por um valor extremamente atrativo, e porque esse presidente, após a palestra e o faturamento dela decorrente, volta a se dirigir ao povo que não ajudou a instruir, falando errado, besteira e fantasiado de coitadinho, em busca do alimento de sustentação do poder, o seu voto?
Porque sua sucessora guarda cento e cinquenta mil Reais em casa (o que é um direito, ressalte-se), financia obras no estrangeiro, perdoa a dívida de países vizinhos, abona países Africanos de obrigações financeiras se a sistema único de saúde convive com o caos, vivenciando a população assalariada angustiantes momentos de aflição real, com partos no chão dos hospitais, mortes às portas de centros de saúde, exames médicos  importantes e urgentes renegados à condição de aposta provável de sua ocorrência após o falecimento das partes?
As empresas públicas, criadas para intervir no mercado sob o critério da essencialidade e promover a melhoria da estrutura de serviços e produtos no contexto de um mercado deformado, são um fonte de recursos aos ladinos, aos partidos dos ladinos e aos terceiros ladinos que nunca aparecem, ou podem, ser administradas por pessoas que compreendem o conceito de patrimônio público, serem utilizadas como eficiente mecanismo de intervenção do Estado? Hoje, optamos indubitavelmente pela primeira hipótese.
Os empresários que lotam os espaços midiáticos falando em livre iniciativa, com um discurso liberal convincente, porque apresentam em seu balanço tantos contratos com a administração pública? E os verdadeiros empreendedores, que não se vinculam a outra coisa senão a aprimorar a qualidade de seus produtos e ao aprimoramento de seu modelo de gestão, porque silenciam diante da total ausência de liberdade econômica patrocinada por este estado de coisas que o Estado faz evidenciar.
Os sindicatos, os mesmos que lutam para não ter suas contas fiscalizadas pelos tribunais de conta sob o argumento de intervenção do Estado no sistema sindical (garantia constitucional), ainda que parte de sua receita possua natureza jurídica de contribuição parafiscal e possua natureza tributária,  porque se transformaram em um enorme reduto de marimbondos, zumbindo como vespas por aí frases feitas "contra o patrão", mas frequentando eventos internacionais e se hospedando em hotéis seis estrelas, enquanto os trabalhadores, mantidos na ignorância acerca da função existencial dos sindicatos (e federações, confederações e , agora, centrais únicas de trabalhadores), numa rede asquerosa de poder, controle e direcionamento da massa de interesses sindicalizados, verdadeiros braços esquerdos (perdoe o trocadilho) dos partidos - de esquerda, de centro e de direita - cuja existência teratológica ajudam a fomentar? Aqui a interrogação se distancia da origem da indagação, porque em matéria de sintaxe, o último a apagar a luz deve fechar a porta. Quem será o primeiro a acendê-la?
Não deveriam as instituições sindicais incentivar o debate real entre todos os associados e promover a democratização do acesso ao poder em seu âmbito? Porque isso não ocorre? Isso vale para as entidades empresariais, sem tirar nem por, com a diferença que os integrantes destas tem maior consciência do fenômeno.
Os artistas e representantes da cultura nacional não fogem à regra. Apoiam candidatos e partidos em troca de verbas e incentivos estatais, participação na propaganda da Caixa, do Banco do Brasil, da Petrobrás (nem vou comentar) e dos Correios. Suas faces públicas tornam públicos os desvarios de um sistema de representação que se esqueceu que, conquanto seja patente que o fluxo de interesses seja importante na configuração da escolha de um candidato e exerce influência  efetiva no processo decisório eleitoral,  o BEM COMUM é a meta finalística que justifica a própria criação do Estado.
Não pode ser recebido naturalmente o fato de que as mesmas empreiteiras financiam a campanha dos principais candidatos (incluídos todos os níveis de poder), nem pode ser acatado com parcimônia que o órgão responsável por julgar os desmandos da administração seja composto por integrantes indicados pelos próprios interessados e pelos mesmos  aprovados, estejam na chefia do executivo ou no Senado.
O Supremo Tribunal Federal só terá legitimidade se seus integrantes forem escolhidos por todos aqueles que compõem a estrutura do Poder Judiciário, sobretudo os juízes, advogados e membros do Ministério Público. O Conselho Nacional de Justiça, que promoveu considerável modificação e aprimoramento  no controle dos órgãos judiciais e cartórios,  representa um modelo que poderia ser aproveitado para inspirar modificações, pois é um órgão paritário que, até o momento, vem se revelando interessante ao sistema institucional brasileiro.
O que se pretende trazer à sua reflexão querido eleitor? Que o sistema de distribuição de poder precisa ser aprimorado, senão, quem quer que seja sufragado nessas eleições, vai cumprir o seu mandato da mesma forma que os anteriores, pois é impossível sonhar com um país melhor, decorrente de um Estado aprimorado, se a estrutura da distribuição de poderes não sofrer qualquer alteração. Não se está a falar de alterações motivadas pelo interesse de certos grupos de poder em permanecer no poder, mas de uma reflexão nacional sobre uma nova forma de organizar a estrutura do Estado. Mais moderna (e transparente), mais dinâmica, mais contextualizada, mais...outra coisa melhor. NOVA!
Que o discurso da novidade não entorpeça nosso senso de discriminação pois nenhuma proposta pelo novo pode ser implementada se construída a partir das mesmas e antigas bases. Como diz o mestre: não se coloca vinho novo em odres velhos, pois ou o vinho novo se estraga ou os odres rompem.
Alguém não ganhou dentadura ainda? Não? Melhor assim. Não corre o risco de morder a própria língua. Se ficar correndo atrás da própria cauda para mordê-la, também não se machuca.
Que a liberdade oriente nosso senso de zelo pela coisa pública, após compreender os mecanismos legais que orientam a sua existência, função e relevância.
Lula, Marina do Lula, a filha do Tarso Genro do Lula, a Dilma do Lula, o louquinho que concorre pelo Partido Verde da Marina do Lula, o Aécio do Tancredo, o Richa do Richa, o Eduardo de seu avô, o avião que caiu mas não tem dono, o fulano do ciclano, pai do beltrano, cunhado do dono da construtora, irmão do deputado, amante da prima do amante do outro, gerando filhos para manter as coisas como sempre estiveram desde o início de tudo.
Sem ciência e liberdade, só nos resta educação estatal e os grilhões psíquicos de nossa ilusão.
Seja livre, inclusive do Ibope ou do Datafolha.

PS: Jovens do meu pais. Vocês nos libertarão alterando a estrutura partidária para democratizá-la e modernizá-la, permitindo altas deliberações em tempo real, via face, com direito a confirmar o seu voto no sistema, para saber se um engraçadinho não alterou o software de nossa percepção. Democratizar sem babaquice ideológica, mas pautados na lógica, na simplicidade e na rapidez, efeitos e produtos de sua geração.

Sejam livres. Sejam livres. Sejam livres e libertem-nos!



segunda-feira, 5 de maio de 2014

ESTA TAL PETROBRÁS!!! - ou - PUXEM A CORDINHA POR FAVOR!

Com os cotovelos apoiados sobre as pernas, as mãos segurando o queixo amolecido pela circunstâncias, recordávamos de nossa inércia em relação a este blog. Blog, Blog...a coisa batia na água, o que nos inspirou a escrever essa matéria.
Esse veículo prima pelo debate acerca do modelo de Estado que se calcificou nas entrelinhas da história do Brasil. A participação direta do Estado na economia por meio de empreendimentos estruturados sob a forma de empresas, públicas ou de capital misto, em regime de direito privado, sempre foi objeto de celeuma.
 Diz-se que Monteiro Lobato, grande incentivador da campanha alcunhada de "o petróleo é nosso",  mantinha grande interesse no assunto. Tinha pretensões empresariais e chegou a negociar privativamente nesse sentido. O que importa é identificar quem é o sujeito oculto que se liga ao pronome possessivo referente aquele petróleo de que se está a falar. Sejamos francos: a expressão "nosso", quer dizer, na verdade, "dele que está a falar". Ele, o que está a falar, é o sujeito oculto e plural que se refere ao petróleo, como "seu". Ele e os seus, portanto, eles, sempre nos disseram que o petróleo é ....deles, ou seja, "nosso", "da gente que vos fala". Vós, sem voz, povo brasileiro ou Brasil, são os ouvidos a quem se destina o lema da referida campanha. Recontextualizando: Brazil! O petróleo é nosso!
Em homenagem à Lobato, contaremos uma estorinha: era uma vez a Petrobrás. Ela era um gigante do mundo dos negócios. Multinacional brasileira. Certa vez, ela soube que uma empresa belga, a Astra Oil Company, comprou uma refinaria no Estados Unidos por quarenta e dois milhões de dólares. Passadena, era o nome da refinaria, sediada no Texas Esperta como era, a Petrobrás ofertou por metade da refinaria belga  trezentos e sessenta milhões de dólares, o que foi logo aceito. A Astra Oil Company, então, detentora de 50% da refinaria, por motivos de divergência com a Petrobrás , vendeu a sua parte por apenas oitocentos e vinte milhões de dólares. Quem decidiu esse valor foi uma instituição de arbitragem sediada nos Estados Unidos. "Compre já por oitocentos e vinte milhões de dólares a outra metade da empresa belga", disse o árbitro. E a Petrobrás obedeceu. Ela era legalzinha.
No reino encantado de narizinho cumprido, a imprensa descobriu que o Tribunal de faz de Contas da União investigava uma possível irregularidade. A notícia se espalhou e quando o ridículo foi tornado público, descobriram que a Presidente do Conselho de Administração da empresa, à época, era a que hoje preside um gigante chamado Brasil. Dopadaço, é claro!
Em nota oficial, informou-se que o resumo do negócio deixou de fazer constar informações relevantes. Cláusulas- padrões internacionais como a put option (obriga a adquirir as ações da outra empresa em caso de conflito) e Marlim (garantia de lucro mínimo a outra empresa mesmo diante de prejuízos) não teriam sido informadas no resumão do negócio. A atual presidenta da Petrobrás, no Congresso, afirmou que o negócio foi mesmo uma merda e reafirmou, ainda,  que só foi autorizado pela presidente do Conselho de Administração - Dilma - porque ela  desconhecia estas e outras condições. Não conhecer porra nenhuma parece uma endemia dos governos nacionais dos últimos tempos. Não saber de nada também.
Numa linguagem acadêmica, explica que todos sabem que os assessores, ao se reportarem a um negócio, devem indicar os seus pontos fortes e vulnerabilidades, o que é verdadeiro, entretanto, olvida em dizer que isso não exclui aquilo, qual seja, a leitura do contrato. Argumentos e explicações esdrúxulos são tratados pela imprensa e pelos especialistas como tese razoável de defesa, sustentando que a  ignorância da Presidenta do Brasil, presidente do Conselho de Administração da Petrobrás à época desse escandaloso negócio, somente fez esta merda porque ignorou aspectos importantes do negócio, como se ignorar aspectos importantes do negócio, consignados no contrato, pudesse implicar em que não precisaria sequer lê-lo. Algo do tipo: "Se ignorarem que eu não podia ignorar o que eu ignorei, eu poderei continuar ignorando tudo". Ignorem isso por favor...
As empresas públicas vem servindo para institucionalizar  politicagens tacanhas e desonestas, sustentar canais de televisão e jornais com propagandas e matérias oficiais pagas,  engordar a conta de administradores e empregados públicos de luxo, cuja única função é fazer parecer sério, um plexo de negócios esquisitos, que não se sustentam à luz das regras do mercado, da economia, da administração, do direito, de porra nenhuma. Incontrolavelmente de porra nenhuma. Porra nenhuma já é, por si só, uma expressão que não indica porra nenhuma, portanto, adequada ao que se pretende aqui objeto de desabafo.
Atrás destes monstros institucionais, estão acomodados interesses de sindicatos, partidos políticos, políticos de ambas as esferas de governo, que sugam o patrimônio público brasileiro pela antiquíssimo método de patrocinar apoios da política local, em troca de um empreguinho ou um contratinho mal licitado.
Inauguremos, sociedade brasileira, novos padrões de cláusulas que não possam ser ignoradas pelo desgoverno que nos dirige, cotidianamente, ao caos e a total ausência de valores morais minimamente aceitáveis. A cláusula "put que pariution", a "vades tomarus no sus cum" e, finalmente, a cláusula "gradis nelis imediatum ment".
Blog.....blog.....
Cansei!

Puxem a cordinha por favor.