Pegamo-nos surpreendidos com a notícia de que o Ministério da Educação teria aprovado, no rol de obras didáticas vinculadas ao processo de alfabetização da nação brasileira, algumas que estariam fazendo apologia à recontextualização do erro, relativizando-o e inserindo-o no rol de uma nova gama de classificação, algo parecido com "um acerto estilizado", numa espécie de "a priori" disfarçado, seja lá o que isso venha a significar.
A orientação para que as escolas não "consertem a fala de aluno para evitar que ele escreva errado" consta desde 1997 dos Parâmetros Curriculares Nacionais --ou seja, passou pelos governos FHC, Lula e Dilma, informa a reportagem da Folha de São Paulo (18/05/2011).
No centro da polêmica encontra-se um livro, que se reputa didático, intitulado "Por uma vida melhor". Assim se exterioriza a notícia (Folha): 'Na semana passada, o site IG divulgou que o livro, ao tratar da diferença entre a língua oral e a escrita, afirma que é possível dizer, em determinados contextos, "os livro ilustrado mais interessante estão emprestado"'. Pois bem, deixemos de reproduzir textos e analisemos o contexto.
Sob o pretexto de chamar a atenção dos responsáveis pela direção e supervisão do serviço de educação e ensino acerca dos potenciais fatores de pressão psicológica vivenciados por aqueles que "falam errado", pretende-se divulgar a idéia - a pretexto de fundamento pedagógico - de que, minimizando o impacto da delação quanto ao erro, estar-se-ia criando um ambiente propício à correção, entretanto, para materializar essa hipótese didática, afirma-se que o erro não é tão errado, imprime-se essa idéia em um livro aprovado pelo Ministério da Educação, vindo a sugerir, dado o contexto noticiado, que o correto seria potencialmente preferível, transmutando o certo em possibilidade viável, enquanto o errado, contextualizado, não estaria tão errado quanto aquele certo poderia evidenciar em outros tempos.
Uma nação que minimiza falhas alterando os critérios de avaliação dessas mesmas falhas, não faz outra coisa senão minimizar a própria competência. Algo como ocultar o sujeito determinado sem entrar no mérito do predicado. O que disse (eu)?
A educação no Brasil tem sido renegada ao último plano desde há muito tempo. Modificam-se os critérios de avaliação para dar aos brasileiros a falsa sensação de melhoria no processo de desenvolvimento educacional, e, para tanto, facilitam a aprovação de alunos sob o pretexto de incentivo psicológico, incrementam os vale-esmolas para prender o aluno pelo estômago e pelo "bico" que passou a ser frequentar escolas; flexibilizam às últimas o processo de ingresso aos cursos superiores para alimentar estatísticas quantitativamente aceitáveis, todavia, qualitativamente desprezadas. Quando é que vamos tratar da educação, enquanto processo de aprimoramento do saber, como efeito do espírito (humano), enquanto fenômeno (em tese geral) que diferencia o homem dos animais irracionais?
Aprimorar o espírito pelo desenvolvimento do saber precisa se tornar uma questão de Estado e não de Governo. Verbas públicas são, quando não literalmente surrupiadas pela manada de políticos não educados, escoadas por programas governamentais que não fazem outra coisa senão se preocupar com a merenda que mantém seres humanos na degradante condição de animal potencialmente racional, para que não gerem despesas públicas nos sistemas públicos de saúde que as autoridades, não menos públicas, desprezam sistematicamente.
Aliás, antes de ser uma questão de Estado, deve ser uma questão pessoal e familiar, porque nós, pais e mães preocupados com o espírito de nossos filhos, não podemos delegar a ninguém o processo de transferência de valores construtivos, sob pena de vermos em nossos filhos, os escravos em que nossos netos se transformarão.
"Por uma vida melhor", titulo de um dos livros que são abraçados pela mente brilhante de algum burocrata da educação (incluo aí os que passam a vida estudando para obter os seus títulos de doutores e que sequer conseguem organizar um único pensamento próprio sobre qualquer questão do saber), sob os auspícios de um contestável sorriso de agradecimento esboçado pelos não menos contestáveis editores ou escritores beneficados, esses sim, melhorando suas vidas de forma deplorável, às custas da manutenção da ignorância de toda uma nação.
Nóis vai se re tirar daqui, pra nóis poder pubricar essa matéria que nóis sabe que é importante pru brazil.
Prezado senhor,
ResponderExcluirAntes de escrever isso tudo, o senhor leu o livro? Não? Pois bem, essa deveria ter sido a sua primeira providência. O senhor sabia que o referido livro é para Educação de Jovens e Adultos?
Acesse o capítulo do livro na íntegra
Acesse aqui um kit de informações sobre o caso.
Quem é EDUCADOR sabe que o tratamento dado aos alunos da EJA deve ser muito cuidadoso, porque eles desistem muito facilmente da escola. Isso não significa não ensinar a norma culta da língua bem como os corretos padrões científicos das demais ciências, trata-se do modo como isso deve ser encaminhado para que os alunos possam se sentir capazes de aprender apesar de toda a sua história de vida.
Quem tiver alguma dúvida e quiser se aprofundar nos estudos leia as obras do educador brasileiro respeitado em todo o mundo PAULO FREIRE.
Penso que só pode falar sobre isso com PROPRIEDADE quem é ou foi professor de EJA, ou quem foi aluno de EJA. Os demais são somente “opinadores” de plantão que correm o sério risco de escrever criticas para massagear seu já inflado ego.
Eu jamais direi que sei mais sobre direito do que um advogado. Jamais direi que sei mais sobre jornalismo do que um jornalista. Mas, fico impressionado como advogados, jornalistas, e todos os outros “istas” do mundo se acham capazes de resolver as questões da educação, como tecem críticas baseadas puramente em “achismos” e experiências pessoais, visões lineares, únicas e cheias de pré-conceitos.
Sugiro que vejam o vídeo da professora Amanda. Ela resume de forma "curta e grossa" o que ocorre, de fato, na educação brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA
Quem usa a norma culta da língua para se expressar verbalmente o tempo todo que faça a primeira crítica!
Acesse o capítulo do livro na íntegra
ResponderExcluirhttp://www.acaoeducativa.org.br/downloads/V6Cap1.pdf
Acesse aqui um kit de informações sobre o caso.
http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/ESCLARECIMENTOS_AE.pdf