Tenha bom siso!!!!
Ontem minha esposa indagou-me se censo se escrevia com "s" ou com "c". Meu bom senso me fez estabelecer uma linha direta com minha parca memória gramatical, e, por inevitável, imaginando que pudesse ter lido meu artigo, postado sob o título de "Tenha bom senso", respondi que se escrevia com "c" (claro, após haver me certificado de que a pergunta estava relacionada com as estatísticas oficiais do governo). Hoje, meu próprio senso de ridículo me determinou que revisasse o texto escrito sobre ter bom senso. Ao abrir minha caixa de correios eletrônicos, deparei-me com alguns comentários efetuados por eventuais leitores, encontrando, dentre eles, um que muito elegantemente me informava que censo se escreve com "c". Decidi revisitar o blog e relendo o texto, apartartei-me momentaneamente do contexto, para efetuar um censo interno, visando aferir o meu bom senso.
A par do título, cujo senso estabeleceu-se com "s", notei, no meu censo, que a expressão senso foi utilizado para explicitar que a "moça do senso" (entre aspas) estava a subir para realizar...(três pontos) o senso (sem aspas). Aspas às vezes encarceram a semântica, pensei.
Egoicamente, precisei justificar o erro para transformá-lo em acerto e me pus a revisar o texto (coisa que qualquer pessoa decente faz quando publica algo). Metáfora, pensei. Claro: "não vê que o recurso linguístico da metáfora foi usado como forma de associar a falta de bom senso com o censo desprovido de senso?" (desconsidere essas aspas)
A desculpa estava quase colando ao ego do meu senso (bom?), quando me deparei com a expressão "ressenceadora", alusiva à moça que subia para realizar o censo (escrito no texto com "s" de sinedoque), como se um mal censo, na ventura do porvir, pudesse equivaler a total falta de senso impresso pela incoerência que se pretendia demonstrar. Você errou! Pensei contraditado.
Mas o senso que revela a nova cara do Brasil estava entre aspas, dizia o advogado de meu ego contra a promotoria desvairada que me imputava o delito de erro qualificado pelo resultado, enquanto eu mesmo aumentava a pena que me impunha, tamanha a culpa que senti.
Demiti o meu advogado e confessei o crime: errei porra! A figura de linguagem era minha única testemunha, reclassificada, então, para a condição de "testemunha indefesa", posto que mostrou indefensável a tese de que de defesa se tratava a testemunha.
Indignado com a brutalidade do erro gramatical cometido, mas no uso de meu bom senso, confesso publicamente que a palavra CENSO se escreve com a letra "c" e que o texto diz respeito ao ato de angariar informações organizadas de forma a produzir dados estatísticos para fins gerencias. Pelas minhas contas (o meu censo), errei 3 vezes mais o título, que, paradoxalmente, pede pelo bom senso de todos...(três pontos, friza-se por via das dúvidas).
Até agora não sei se o título também foi equivocadamente (já que eu não erro nunca) postado.
Acho que o texto torceu o título, como um homem que olha para trás, movimentando a sua cabeça no sentido inverso ao do seu corpo.
Para minorar o erro, ao invés de mudar a posição do corpo do texto, apenas virarei a cabeça no sentido do contexto, afastado provisoriamente neste texto, conforme se dissume da leitura do primeiro parágrafo supra editado. ZZZZUUUUUMMMM!! Pronto. Olhei para a frente e coloquei o texto em harmonia com o seu contexto.
Agradeço sinceramente pela correção, prometendo a cada dia aperfeiçoar-me na correção dos textos, para que os contextos não andem para trás....
Melhor ainda: para não ter o trabalho de acertar o "censo" registrado no texto com "s" , mudarei o título do texto, para que o contexto não seja desconfigurado.
Onde se lê: "Tenha bom senso!", leia-se "Tenha bom siso".
Errata errada para acertar a certata. Obrigado pela atenção.
Isso é que eu chamo de defesa... ou será BOM SENSO?
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